27.3 C
Manaus
28 de março de 2024 | 15:42

Lembra da Mobylette? Ela está de volta na versão elétrica

Ciclomotor da Caloi que marcou época nas décadas de 1980 e 1990 volta ao Brasil eletrificado para brigar contra scooters e ser opção de mobilidade.

As Caloi Mobylette marcaram a infância de muitos brasileiros nas décadas de 1980 e 1990. Lançada em 1975, logo se tornou uma solução de mobilidade e ficou famosa ao ponto de emprestar popularmente seu nome para qualquer modelo similar de outras marcas.

Todos esses ciclomotores passaram a ser chamados de “Mobilete”, assim como chamamos qualquer lâmina de barbear de “Gillette”, qualquer fita adesiva de “Durex”, qualquer esponja de aço de “Bombril”, qualquer água sanitária de “Cândida” e qualquer absorvente feminino de “Modess”.

Em março último, a Caloi anunciou que a magrelinha terá vida nova. Mas, agora, a Mobylette abandonará o característico barulho do motor dois-tempos, abastecido com gasolina e óleo, para rodar na calmaria e silêncio de um elétrico.

Visual nostálgico

Se a primeira impressão é a que fica, a Mobylette está com a moral elevada. Ela não desapegou de suas antepassadas e manteve linhas parecidas com aquelas do século passado. Ao mesmo tempo, tratou de se atualizar para agradar os jovens de hoje.

O quadro característico com forma arqueada é de alumínio e contribui bastante para que a Moby pese apenas 30 kg. Sua pintura é preta, assim como o guidão de aço. Ela ainda conta com um selim – famoso banco – retrô que leva a grafia “Caloi”..

Tanto o motor quanto a bateria ficam escondidos para não roubarem a cena. O propulsor elétrico de 36V rende 350W de potência (menos de 0,5 cv) e está localizado no cubo de roda traseiro, enquanto a bateria de íons de lítio de 10Ah fica sob o banco e tem conector para recarga.

Por fim, ela ainda carrega uma pequena tela ao lado direito do guidão, que funciona como uma espécie de computador de bordo, mostrando velocidade e outros dados.

Como é andar na Mobylette elétrica

Não tive dificuldade para montar na Mobylette, já que o selim tem um posicionamento relativamente baixo. Mesmo não encontrando um ajuste de altura para o banco, fiquei em uma posição confortável para pilota-lá. Para ligar, basta apertar o botão de ligar/desligar na telinha do guidão.

Diferentemente das antigas Mobylette, não há barulho de motor dois-tempos para te avisar que ela já está ligada. Em vez disso, o visor acende e mostra que é hora de pedalar ou acelerar.

Porque, sim, há a opção de usar só o motor ou acrescentar o chamado “pedal assistido”, unindo as forças da sua perna à elétrica, numa espécie de condução híbrida.

O pedal pode ser regulado nos modos Eco, Mid e High, através do display. O motor elétrico impulsiona a pedalada e faz com que ela renda muito mais do que em uma bicicleta convencional.

Parece cômodo, e é, mas o processo causa estranheza no início. A cada pedalada, o motor te impulsiona mais para frente do que você esperaria em uma bicicleta comum. De início, é bom praticar o uso do pedal assistido em um lugar mais espaçoso, para não correr o risco de bater.

A parte boa é que cansa bem menos, e você pode rodar maiores distâncias com esse auxílio. A sensação é de estar pedalando em uma descida o tempo todo e o esforço é mínimo.

No modo totalmente elétrico, ela mostra ainda mais agilidade. O acelerador fica no lado direito do guidão e a experiência é parecida com a de patinetes elétricos.

O motorzinho tem apenas 36V e renda 350W (0,47 cv) de potência e 4 kgfm de torque, o suficiente para impulsionar a Mobylette com sobra, dando até um leve coice para trás, comum em veículos elétricos. Só falta elasticidade. Tanto que a velocidade máxima é de 25 km/h.

Pena que a bateria seja pequena e tenha pouca autonomia, rodando no máximo 30 km no “modo preguiça” ou 100% elétrico, sem uso do pedal assistido. Isso, claro, se a via for plana. Em trajetos com subidas, esse número se reduz.

Se o condutor estiver disposto a mesclar o uso dos pedais, dá para alcançar distâncias longas com intervalos de atividade física. Tudo é uma questão de planejar quando usará o modo elétrico (em subidas, por exemplo) e quando usará as pernas.

Para fechar, os pneus de quatro polegadas são largos e macios – a cereja do bolo. Eles deixam o visual invocado – a Mobylette fica até parecendo mais larga – e ainda contribuem para um “rolê” bem confortável.

Vale a pena comprar?

A nova Mobylette elétrica é uma alternativa muito interessante para quem quer fugir dos preços exorbitantes dos combustíveis em deslocamentos mais curtos e urbanos.

Infelizmente, o preço é salgado. A Caloi pede R$ 9.200, que é praticamente o mesmo valor cobrado pela Shineray por sua Scooter de 2.000 Watts ou 2,7 cv, praticamente seis vezes mais potente do que a Mobylette elétrica.

Porém, não há outro modelo no mercado capaz de entregar a nostalgia da Mobylette. Basta montar em uma e ter a chance de rodar por alguns metros para cogitar a compra. Eu mesmo terminei a experiência me coçando para não ficar R$ 10.000 mais pobre e ir direto para casa com ela.

Leia também outras matérias

Sem ZFM não teríamos a Fundação Matias Machiline, afirma Omar Aziz aos alunos da instituição

Redação Zero Hora AM

Dep. Amom abre seleção para gabinete compartilhado em Brasília

Redação Zero Hora AM

Estudantes em Manaus ganham prorrogação do passe livre no transporte coletivo

Redação Zero Hora AM
Carregando....
Pular para o conteúdo