Mais de 6 mil profissionais da saúde contratados pelo Governo do Amazonas em Regime do Direito Administrativo (RDAs) e que atuam nas principais unidades hospitalares do Estado poderão entrar em greve a partir de amanhã.
O alerta foi dado pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania), hoje (14-jun), durante manifestação da classe na Assembleia Legislativa.
Os profissionais clamam por soluções a respeito do não pagamento do ticket alimentação e do risco de vida (periculosidade), cujos pleitos são ignorados desde janeiro de 2020.
Na galeria, cerca de 100 trabalhadores da saúde protestaram contra a omissão do Governo quanto à falta de pagamento dos direitos trabalhistas dos RDAs, bem como o atraso de salários dos terceirizados, que variam de dois a quatro meses.
De acordo com a presidente interina do Sindicato dos Trabalhadores em Santas Casas, Entidades Filantrópicas e Religiosas e Estabelecimentos de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-AM), Carmem Floriana, se não houver nenhum posicionamento do Governo para solucionar as reivindicações da categoria, a possibilidade de greve não está descartada.
“Ontem (segunda-feira) estivemos na sede do governo e não fomos atendidos. Se hoje não tivermos uma resposta do secretário de saúde ou do governador Wilson Lima, nós vamos aderir à greve a partir de amanhã (quarta-feira)”, alertou a profissional.
Para Wilker, a falta de diálogo e a omissão de soluções do Governo quanto ao não pagamento do ticket alimentação e periculosidade aos trabalhadores da saúde, que beira mais de R$ 58 milhões, instituiu o “calote público” aos trabalhadores da saúde, tendo em vista que a SES-AM reconhece a dívida, mas não regulariza os direitos trabalhistas.
“Isso é um assunto que, infelizmente, já era para estar equacionado. O que eu não consigo entender é como um estado que bate, a cada mês, recordes de arrecadação e com dinheiro na conta, se nega a pagar ticket alimentação e o risco de vida a técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais que estiveram na linha de frente da Covid”, ponderou Barreto.
Por fim, o parlamentar voltou a cobrar a convocação do secretário estadual de saúde, Anoar Samad, ao parlamento estadual para explicar a demora do pagamento dos direitos trabalhistas aos profissionais da saúde.
“Precisamos convocar o secretário de saúde para dar explicar a respeito dos RDAs, o que não pode é levar no pagode mais de 6 mil profissionais que não recebem o que a lei manda. O governo ignora os trabalhadores da saúde e os profissionais podem parar”, alertou.