Pesquisadores do King’s College e da University College de Londres, no Reino Unido, conduziram um estudo com adolescentes e adultos onde identificaram um risco 3,5 vezes maior entre os mais jovens de desenvolver vício no uso da maconha.
Os cientistas acreditam que a faixa etária pode ser mais vulnerável por fatores como o cérebro ainda estar em formação e pelas mudanças na vida social.
Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Psychopharmacology.
Para chegar à conclusão, foram incluídos 274 participantes no estudo, divididos em dois grupos: metade com idades de 16 e 17 anos e os demais entre 26 e 29 anos.
Cada faixa etária também foi separada em dois perfis, em que parte fazia uso da substância e os outros não – acompanhados para fins de comparação.
Os pesquisadores conduziram o trabalho durante três meses.
Durante o período, os participantes preenchiam questionários em que relatavam a frequência com que usavam a maconha, respondiam perguntas sobre a rotina e informavam sintomas relacionados à saúde mental.
Afinal, o que é vício?
Os critérios para se considerar um vício – descrito no estudo como “transtorno do uso de cannabis” – foram desejos excessivos pela substância, impactos do uso no desempenho escolar ou no trabalho, maior tolerância aos efeitos da maconha, problemas pessoais provocados pelo consumo, intenção de reduzir o uso sem sucesso, entre outros.
Ao fim, os responsáveis pelo estudo identificaram que 50% dos usuários adolescentes da maconha apresentavam seis ou mais critérios para o transtorno, caracterizando um quadro de vício.
Além disso, o quadro foi 3,5 vezes mais prevalente entre a faixa etária quando comparado aos adultos que fazem uso da substância. Enquanto 38 participantes mais jovens se enquadraram na definição, apenas 13 adultos tiveram o mesmo perfil.
“O vício em cannabis é um problema real que os adolescentes devem estar cientes, pois parecem ser muito mais vulneráveis a isso do que adultos”, afirma o principal autor do estudo Will Lawn, pesquisador do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College de Londres, em comunicado.