Desde 2021, quando a Amazonas Energia começou a instalar os medidores aéreos, os consumidores demonstram insatisfação com os equipamentos com acusações de que eles estariam adulterando o relógio e aumentando o valor da conta de luz — o que a concessionária nega.
Além disso, Manaus entrou em um processo de poluição visual, com um emaranhado de fios em postes deixando os bairros de Manaus e pontos comerciais e turísticos em processo de “favelização”.
Também há relatos de casos de acidentes com motociclistas e pedestres com fios soltos e expostos. Um verdadeiro risco à integridade dos motoristas e pedestres.
Outros problemas
Os inúmeros fios, de acordo com especialistas, também podem causar situações como: maiores chances de rompimentos ocasionados por ventos, chuvas, desgaste do tempo, quedas de árvores, vandalismo, acidentes de trânsito etc; manutenção mais trabalhosa, resultando em maiores períodos de interrupção; riscos à vida de técnicos que trabalham em grandes alturas; riscos de acidentes quando os cabos se rompem; maiores chances de furtos de cabos e equipamentos ou até mesmo de energia (gatos), além de aumento na necessidade de manutenção e custos.
União
Proteger e garantir o direito do consumidor, a integridade física das pessoas e a paisagem urbana é um dever dos poderes legislativo, executivo e judiciário.
É hora de se unir junto à população e buscar um caminho para das um basta nas arbitrariedades cometidas pela concessionária de energia, seja por lei, decreto ou na justiça.
Protestos
Diversos protestos já aconteceram na capital e equipes da empresa chegaram a não conseguir instalar os medidores por impedimento da população. Em outros casos, a empresa se garantiu de escolta policial para instalar os medidores.
Semana passada, um funcionário da Amazonas Energia chegou a agredir uma mulher que protestava com um tapa na cara.
Depoimentos
“É um horror! No meu bairro tem tanto fio enrolado, que de longe a gente tem a impressão que tem uma roda de caminhão pendurada no poste.”, reclama uma moradora do bairro da Alvorada.
“Onde tem planejamento e projeto de urbanização não deveria ter mais fios embolados. Os pontos comerciais e turísticos de Manaus tem lugares que é um vexame. A gente fica com medo de esbarrar num fio partido e levar um choque, ser eletrocutado. Ou até se machucar ao tropeçar num fio caído.”, disse um comerciante do Vieiralves.
Interrompimento
Em suas redes sociais o deputado federal Fausto Santos Jr., autor do projeto que proíbe a instalação de medidos aéreos em todo o Brasil, denunciou o interrompimento do fornecimento de energia sem aviso prévio, o que prejudica famílias e comerciantes durante horas no final de semana.
“A concessionária não está acima da lei. O cidadão precisa se preparar, não pode ser pego de surpresa”, destaca o deputado.
“Respeito”
Para Fausto, a manutenção deveria ter aviso prévio aos consumidores e consentimento de quem paga as contas à concessionária.
“Estou enviando todas as denúncias para a Agência Nacional de Energia Elétrica e órgãos de controle para que investiguem essas irregularidades e impeçam esse absurdo. Medidas sérias devem ser tomadas. Respeitem a população do Amazonas”, reforçou no seu perfil do Twitter.
Aval do STF
Após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar inconstitucional a lei do Amazonas que proibiu a instalação de medidores aéreos no último dia 17 de fevereiro, a concessionária de energia segue a instalação a todo vapor.
“Poluição visual”
O presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (PSC), também entrou na guerra contra a Amazonas Energia.
Ele cobrou maior celeridade para aprovação do Projeto de Lei que proíbe a instalação de medidores aéreos de energia na capital.
“Nós estamos tramitando aqui nesta Casa o Projeto de Lei nº 375, do vereador Gilmar (Nascimento), e aí eu solicito à vossa excelência que, se possível, dê a maior celeridade possível a este projeto, que fala justamente sobre a poluição visual que estes medidores aéreos e estes novos postes trazem para a cidade de Manaus”, disse o presidente no discurso em plenário.
*Com informações do site Direto ao Ponto