Na manhã desta quarta-feira (28-ago), o empresário e jornalista Ronaldo Tiradentes recebeu em seu programa Manhã de Notícias, na Rede Tiradentes, o candidato à Câmara Municipal de Manaus, João Arce, estudante de Direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
João Arce falou sobre sua vida, suas ideias e projetos. Com uma conversa franca e direta, o candidato abordou questões que, apesar de cotidianas, muitas vezes são negligenciadas, expressando sua preocupação com a urgência de uma gestão mais responsável e comprometida com o bem-estar da população de Manaus.
Tratamento deve ser uma prática contínua
Com boa desenvoltura, João Arce disse ao apresentador que já conversou com algumas mães e psicólogas e percebeu certa resistência em relação aos laudos diagnósticos. Segundo ele, algumas dessas mães temem que os laudos sejam usados apenas como justificativa para medicar seus filhos, quando creem que o tratamento do autismo deve ser uma prática contínua e personalizada, realizada no dia a dia.
Bullying
Durante a entrevista, onde o foco foi a situação das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que frequentemente enfrentam bullying nas escolas, Ronaldo Tiradentes registrou uma denúncia feita por um pai, alegando que a Escola Estadual Adalberto Valle estaria impedindo a entrada de um profissional mediador, necessário para acompanhar seu filho autista.
Deixado na chuva
Ao ser questionado se já havia sido vítima de bullying, Arce relatou uma experiência pessoal chocante, que, por coincidência, ocorreu na mesma Escola Adalberto Valle. Ele relembrou que, durante o 1º Período, um professor o impediu de entrar na sala de aula por estar atrasado, deixando-o do lado de fora, debaixo de chuva. Seu pai, indignado com o descaso e a falta de humanidade, entrou na sala e retirou o filho, dizendo: “Você não vai estudar mais aqui! Não vou deixá-lo em um colégio que deixa você ficar na chuva esperando entrar na sala.”
Ronaldo Tiradentes, em uma comparação com o candidato a prefeito Amom Mandel, que defende que pessoas com autismo podem desenvolver atividades políticas, perguntou a João Arce por que ele tinha a intenção de ser vereador. Arce afirmou que sua candidatura é motivada pela ajuda que ele próprio recebeu de profissionais como monitores e psicólogos. Ele ressaltou que muitas famílias humildes não têm acesso a esses serviços, nem ao direito de se considerarem “pessoas normais”, por isso se coloca como uma voz forte por essas pessoas.
Laudo e lentidão
“Imagina uma pessoa humilde, aqui em Manaus a gente vê vários autistas que muitas vezes passam até dois anos para obter um simples laudo. Isso gera um atraso na vida das crianças”, afirmou Arce, destacando a lentidão do processo diagnóstico.
Ele criticou a falta de uma secretaria municipal dedicada às pessoas com deficiência ou dificuldades especiais em Manaus, além de questionar a ausência de uma subsecretaria para pessoas diagnosticadas com autismo. Para Arce, essa lacuna representa um grande obstáculo para o tratamento adequado das crianças autistas na cidade.
Criação de secretarias para PCDs
Em resposta a essa realidade, uma das propostas centrais de João Arce é lutar pela criação dessas secretarias. Ele acredita que esse é um passo essencial para garantir o tratamento especial que essas pessoas necessitam e merecem.
A entrevista de João Arce na Rede Tiradentes mostra a urgência de políticas públicas mais inclusivas em Manaus, especialmente para aqueles que enfrentam desafios como o TEA e TDH. Sua candidatura se apresenta como uma voz promissora na luta por igualdade e direitos básicos na capital amazonense.