A presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM), a engenheira de pesca Alzira Miranda de Oliveira, conquistou o Prêmio Mulheres das Águas na categoria Gestão Pública e Privada. A premiação foi criada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para valorizar o trabalho realizado por mulheres que atuam no setor.
Alzira recebeu a notícia na última sexta-feira (31-jan), ainda em Brasília, após participar do 14º Encontro de Líderes, realizado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), enquanto se preparava para embarcar para Manaus, onde ocorreria a abertura do Pré-COP30 – Fórum de Engenharia, Agronomia e Geociências, promovido pelo Crea Amazonas e pelo Confea.
Para a presidente do Crea-AM, a premiação representa o reconhecimento de uma trajetória de dedicação e trabalho.
“Quero agradecer às pessoas que me indicaram, pois foram elas que viabilizaram essa premiação. Agradeço a todas as pessoas com quem já tive a oportunidade de trabalhar, orientar, coordenar e ensinar, porque foram elas que me colocaram no caminho desse prêmio. Também sou muito grata à minha família, pois são eles que me mantêm de pé e me apoiam para que eu possa dar o meu melhor em tudo o que faço”, declarou Alzira.
A engenheira destacou ainda que pretende usar a premiação como inspiração para outras pessoas.
“Esse prêmio está sendo concedido a uma pessoa que estudou em escola pública a vida inteira e que se dedicou aos estudos para deixar um legado. Espero que essa conquista sirva de inspiração tanto no meio acadêmico quanto na profissão. Estudar compensa!”, afirmou.
Para a presidente do Crea-AM, o reconhecimento também ressalta a importância da engenharia na sociedade.
“A engenharia está presente no nosso dia a dia, em tudo o que fazemos. A engenharia de pesca, por exemplo, atua tanto na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais – especialmente os voltados para a água – quanto na erradicação da fome, pois os engenheiros de pesca trabalham para oferecer um alimento saudável a toda a população. Hoje, o Brasil é um dos maiores exportadores de pescado do mundo, mas ainda não valorizamos essa profissão como ela merece. Então, não desistam do peixe, não desistam da engenharia de pesca! Nosso país precisa de profissionais que tragam soluções sustentáveis para garantir o alimento na mesa das pessoas e a preservação do meio ambiente”, finalizou.
Reconhecimento
A coordenadora do prêmio e chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MPA, Adriana Toledo, comentou o resultado da premiação.
“Ao reconhecer e premiar essas mulheres, reafirmamos nosso compromisso com a equidade de gênero, a sustentabilidade e o fortalecimento do setor pesqueiro e aquícola. Que essas trajetórias sirvam de inspiração para as futuras gerações e que este prêmio se consolide como um símbolo de valorização, respeito e reconhecimento para todas que vivem e trabalham pelas águas do Brasil. Parabéns às homenageadas! Que esta conquista seja mais um passo rumo a um futuro mais justo, inclusivo e promissor para as mulheres das águas”, destacou.
Pré-COP30
A presidente do Crea Amazonas participa, neste fim de semana do Pré-COP30 – Fórum de Engenharia, Agronomia e Geociências, no Centro de Convenções Vasco Vasques. O evento é uma prévia da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre a Crise Climática, e conta com a presença de autoridades do Amazonas e do Pará, além de profissionais que estão debatendo temas como mudanças climáticas, saneamento básico, resíduos sólidos e cidades inteligentes. O evento começou na sexta-feira (31-jan) e terminou neste sábado (01-fev).
Carreira
Alzira Miranda é formada em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e doutora na mesma área, também pelo INPA.
Ela realizou seu primeiro pós-doutorado pelo CNPq, dentro do Projeto Tambaqui (2014), e, em seguida, concluiu o segundo pós-doutorado pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, em convênio entre o INPA e a Universidade Nilton Lins (2015-2019).
Desde 2021, é professora do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), no campus do município de Presidente Figueiredo, localizado a 126,7 km de Manaus.
A engenheira atuou como diretora social e vice-presidente da Associação dos Engenheiros de Pesca do Amazonas (2007-2009/2017-2019). Foi eleita conselheira federal suplente, representando o Crea-AM (2020-2022), além de ter exercido os cargos de coordenadora do Programa Mulher, coordenadora do Grupo de Trabalho do Interior e vice-coordenadora do Grupo de Trabalho de Aquicultura (2021-2023).