Por: João Miranda*
Estar presente em algo tão grande como o Festival Folclórico de Parintins, que acontece em Paritins (cidade distante 396 km da capital Manaus), é só mais um detalhe na surpreendente viagem até o local do evento. São emoções que se somam e ainda se somarão, pois hoje (26-jun) é o primeiro dia oficial da festa, quando acontece o show de Pablo do Arrocha. entre outras atrações.
Tudo começa com o insistente convite de meu anfitrião, residente em Manaus. Foram anos de projeções, mas que por força da profissão e do trabalho, impediam acertar na data correta. Até que em 2025 surgiu a oportunidade em ato, confesso, impulsivo comprei as passagens e em meio á dezenas de conversas e planos lá fui eu.
No avião descobri o mundo dos céus. Acima das nuvens a impressão é de que andava lentamente sobre um solo branco e infinito. Imaginei que a terra de Deus seria memso no céu, seria aquela imensidão, seria aquele lugar inalcançável para meus pés. Algumas horas depois meu lado “humano” descia do avião ainda divagando. Fui recepcionado pelo meu amigo e novos companheiros.
Senti um alívio por não estar só.
Então veio primeiro sentir amazonense: Tambaqui assado, com guarnição de linguiça de Tambaqui (!!!!) e batatas fritas. Sinceramente senti que estava no lugar certo, na hora certa, fazendo a melhor coisa que poderia fazer. Se podia ser melhor do que foi ainda posso tentar que seja, mas mediante todas as circunstâncias, afinal o melhor tempero é a fome, aquele Tambaqui irá figurar entre os Top dez pratos que já comi. Que delícia.
E veio a viagem pelos rios até Paritins, feito por meio de barco. Simplesmente indescritível pelas suas circuntâncias únicas. As pessoas colocam redes e simplesmente o interior virá um enorme “varal” humano. Deveria dar confusão, deveriam acontecer discussões, pessoas de mal humor… mas acreditem: Não! Todos compreendiam os roncos, as falas misturadas, os cheios nem sempre agradáveis… E mesmo se divertiam. Sem raiva, sem ódio, sem posições políticas, sem diferenças raciais. Indígenas, cablocos, ribeirinhos, turistas de várias cidades do Amazonas, em especial manauaras (nascidos em Manaus), alguns paraenses e o paulista (não conheci nenhum à bordo).
E que viagem foi esta: um rio que são vários rios formando uma mar de rios incrível. Imaginar a quantidade de água necessária para formar aquela extensa visão tão constante foi um enorme choque de uma realidade divina. Não dá para pensar tudo aquilo sem agradecer a uma força espiritual, para os mais afeitos, a um ser superior. De repente a enormidade de tudo que se vê nos torna humildes por alguns momentos. Talvez até nos envergonhe pela nossa soberba de nos acharmos “donos” de tudo isso.
Mas como diz a canção: “Tudo passa, tudo passará”. E assim foi. Chegamos à Paratins e novamente foi lançado em um turbilhão cultural. As toadas são as mais ouvidas. Não há Funk (Graças a Deus!), não tem MPB, não tem internacionais… Só toadas do Garantido e do Caprichoso. De repente alguém vinha com forró, mas logo se perdia no trânsito.
Me vi em um evento oficial, no qual cumprimentei o governador do Estado Wilson Lima. Mais uma surpresa. Nunca podia esperar isso. E foi no dia de seu aniversário. Para quem viveu dezenas de anos em meio a eventos oficiais, cheios de coisas oficiais, com regras oficias e cerimonial cheio de hierarquias oficiais, a simplicidade da ocorrência foi de uma satisfação enorme em saber que ainda há, na política, espaço para as ações simples.
E passeando pela Cidade entendi a real importância deste evento na economia local. Centenas, para não imaginar milhares de barracas, oferecem desde camisas e adereços dos “bois”, artesanatos diversos e alimentação. Não são empresas, são pessoas, são famílias que alí buscam tirar seu “quinhão” da festa. Sim, me deixou muito feliz, pois no meu Estado carda vez mais empresas tomam para si as festas. Aqui em Paratins a População usufrui diretamente dos ganhos financeiros que a festa proporciona.
E assim estou vivendo esta festa e só posso agradecer ao Portal Zero Hora Amazonas e o Amazônia Sem Fronteiras por me convidar para participar da cobertura jornalística deste grande evento. Ainda há muitas surpresas me esperando e estou ansioso por isso. Abraço a todos!