O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, gerou polêmica nesta terça-feira (09-set) ao defender publicamente a legalização de drogas durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI), em Manaus. O evento promovido pelo governo Lula contou a presença de autoridades brasileiras e estrangeiras.
No discurso, Petro afirmou que a destruição da floresta amazônica está diretamente ligada ao narcotráfico e que a proibição da cocaína e da maconha impulsiona o crime organizado. “Se a cocaína fosse legalizada no mundo, não haveria essa destruição da selva Amazônica. Esse é um tema de discussão. Os gringos agora estão usando o fentanil e morrem aos milhares, quando era cocaína morriam muito menos”, declarou.
O presidente colombiano prosseguiu dizendo que o consumo de fentanil, em alta nos Estados Unidos, mata mais do que a cocaína e a maconha, o que, segundo ele, evidencia o fracasso das políticas atuais de combate às drogas. “É preciso discutir a legalização como forma de salvar a Amazônia”, reforçou.
As falas, que rapidamente repercutiram, destoaram do tom adotado pelo presidente Lula. Em sua intervenção, o chefe do Executivo brasileiro concentrou-se no combate ao crime organizado transnacional e destacou a missão do CCPI. “O crime organizado que se prepare, porque a Justiça vai derrotá-los”, disse.
O CCPI, inaugurado em Manaus, tem como objetivo integrar forças policiais de nove estados da Amazônia Legal e de outros oito países amazônicos. A unidade terá foco em enfrentar o tráfico de drogas, o contrabando de armas, o garimpo ilegal, a lavagem de dinheiro e o desmatamento.