27.3 C
Manaus
21 de novembro de 2024 | 20:12

Familiares de vítimas da Covid podem pedir indenização do governo do AM

Os familiares de pessoas que morreram por Covid-19 no Amazonas podem receber indenização paga pelo governo do Estado. É o que defende o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Mário Vianna, que disse que é obrigação do Estado oferecer assistência médica de qualidade à população, principalmente nos picos da pandemia.

“Faltaram leitos, oxigênio e medicamentos. No meu entendimento a maior responsabilidade é do governador do Estado e também dos técnicos que assessoraram o governador que deve ter proposto algumas ações para evitar as mortes”, afirmou.

Vianna ressalta também que os parentes das vítimas podem solicitar indenização e contratar advogado e juntar os documentos, entre estes o atestado de óbito para que todas as provas sejam analisadas.

“Tudo terá que ser submetido a uma equipe de especialistas para analisar o atestado de óbito, dossiê da vítima, para entender o que aconteceu e a partir dali gerar um nexo causal, ou seja, ligar a possível causa à morte do paciente”, pontuou.

O presidente do sindicato também citou o caso de uma técnica de enfermagem que precisou trabalhar doente e acabou morrendo. Raimundo, pai da vítima, conversou com um advogado para entrar com o processo. Com muita dor, seu Raimundo lembra dos últimos momentos da filha.

“Minha filha passou a noite internada no pronto-socorro e o médico não quis dar atestado pra ela. Então ela se obrigou a ir doente para o hospital e quando chegou lá a enfermeira disse que tinha acontecido um problema e perguntou se ela podia ficar. De tarde ela me ligou dizendo que passou mal e falou que se fosse internada iam entubar ela. O que eu mais senti foi quando ela disse ‘papai, tome conta do meu filho. Se eu for internada vocês não vão me ver mais’. Então ela foi entubada e dois dias depois, faleceu”, lamenta.

Adrian, filho de um advogado de 64 anos que morreu durante o pico da pandemia, está montando uma associação formada por parentes de vítimas da Covid-19. Ele lembra com carinho do pai, que faleceu em janeiro.

“O meu pai faleceu com 64 anos, era um ícone da Justiça, um advogado que lutou a vida toda pela justiça. Faleceu no hospital Platão Araújo, em janeiro, devido a diversos fatores. Reunimos diversas vítimas para a fundação da Associação de Defesas das Vítimas do Covid, em parceria com as vítimas de Brumadinho de Minas Gerais e a Associação de Vítimas de Acidentes Aéreos de São Paulo. E juntos lutarmos pelos direitos dos nossos entes”, disse.

Leia também outras matérias

OMS recebe pesquisadoras da Fundação Alfredo da Matta em reunião global sobre doenças negligenciadas

Redação Zero Hora AM

Emenda de Eduardo Braga assegura recusos para Saúde e Educação

Redação Zero Hora AM

TCE-AM tem 42 processos em julgamentos na quarta-feira (25)

Hugo Bronzere
Carregando....
Pular para o conteúdo