O empresário e farmacêutico Erike Barbosa de Carvalho Araújo, que aparece como sócio-administrador da empresa Femax Serviços e Comércio Eireli, investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Assembleia Legislativa de Roraima, foi nomeado coordenador da Central de Medicamentos (Cema) da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES), em novembro do ano passado, pelo governador Wilson Lima (PSC).
Decreto de nomeação de Erike Araújo para coordenar a Cema, assinado pelo governador Wilson Lima.
O empresário e a Femax foram incluídos na lista de pedidos de indiciamento no relatório final da CPI, em Roraima, aprovado em dezembro do ano passado. Ele é citado por “crimes de licitação, improbidade administrativa, tráfico de influência, corrupção ativa, impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, organização criminosa, e crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores”.
O nome de Erike Araújo já aparecia entre os investigados da CPI em RR, no relatório preliminar, divulgado em junho do ano passado. Mesmo assim foi nomeado para a Cema no Amazonas coordenador da Cema, que movimentou, em 2021, mais de R$ 385 milhões em empenhos e mais de R$ 307 milhões em pagamentos, de acordo com o Portal da Transparência do Estado.
Na CPI, em depoimento, ele negou as acusações. “Fui citado por diversas vezes na CPI. Todos falaram que eu sou uma pessoa difícil, que eu sou uma pessoa grossa, que fiz até ameaças, mas nenhum deles me chamou de ladrão, nenhum disse que eu ofereci alguma vantagem ou algum dinheiro para alguém. Brigava sim, pois no serviço público, ou você tem padrinho ou você tem que brigar mesmo para ter seus direitos respeitados. Meus pecados são brigar pelos meus direitos”, declarou. (Depoimento de Erike Araújo à CPI em Roraima)
O nome de Erike Araújo consta da lista de funcionários da SES, de dezembro, com salário de R$ 13,2 mil.
A CPI da Saúde em Roraima constatou que, na pandemia, empresas foram beneficiadas em licitações emergenciais sem o Estado receber os produtos ou os serviços contratados por milhões de reais. O relatoria cita a compra de respiradores para atender às unidades de saúde que custaram R$ 6,4 milhões e nunca foram entregues.
Desvio
Na última sexta-feira (21/01) a polícia de Roraima apreendeu mais de três mil testes rápidos de Covid-19 desviados da rede pública de Saúde do Amazonas. A suspeita é que o material seria vendido para clínicas ou laboratórios particulares, segundo informações G1 Roraima.
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES) informou que está apurando o caso, mas não deu nenhuma informação a mais nesta semana.
O motorista do furgão onde estavam os testes afirmou que a carga era uma doação da Secretaria de Saúde do Amazonas para a Secretaria de Saúde de Roraima, segundo a delegada Magnólia Soares, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Administração Pública de Roraima. Ao ser feita a verificação com a Sesau (RR), foi constatado que o estado não tinha conhecimento dessa doação”, afirmou a delegada, que confirmou que o material foi desviado da rede pública de Saúde do Amazonas.