A empresa concessionária de energia elétrica em Manaus, a Amazonas Energia, é líder de reclamações no Procon-AM, na Defensoria Pública, no Ministério Público e também nas redes sociais e alvo de muitas reclamações, contestadas juridicamente.
O Procon-AM aponta que, até outubro passado, registrou “1.487 reclamações que viraram processos, 903 atendimentos preliminares, 756 consultas, 2,346 cartas de informação preliminar – aquelas que são enviadas às empresas, caso ela não solucione o problema do consumidor de forma imediata –, 518 e-mails, 2.167 telefonemas e mais de 60 registros nas redes sociais oficiais”, segundo o diretor do órgão, Jalil Fraxe.
Além disso, a empresa continua mantendo investimentos em um modelo de cabeamento aéreo que não se aplica mais em cidades do porte de Manaus. Embora os especialistas recomendem investimentos em cabos subterrâneos, os avisos são frequentemente ignorados.
Surgem mais denúncias
Entre os comentários, um dos leitores diz que “odeia a empresa” e denuncia uma iniciativa arbitrária em relação a seu consumo:
Privatiza, que melhora
Um dos leitores, irônico, comentou o temporal que derrubou o fornecimento de energia elétrica em diversos bairros de Manaus e associou à privatização. “Privatiza, que melhora”, disse ele:
Debate sobre escassez
O uso da bandeira vermelha (tarifa mais alta) por conta da escassez hídrica também foi alvo de debate dos leitores que dizem não entender porque a falta de água em outras regiões do país é compensada também nas contas dos consumidores da região Norte:
Sobrou para os políticos
As relações entre a empresa privada e representantes políticos, com mandato ou sem mandato, também é apontada por leitores que, de forma genérica, colocam todos no mesmo caldeirão de “parlamentares”.
Além disso, se arriscam a dar palpites sobre qual político seria o sócio-proprietário da concessionária:
CPI da Amazonas Energia
A Comissão Parlamentar de Inquérito que acontece na Assembleia Legislativa do Amazonas para investigar a prestação de serviços da concessionária, também foi citada pelos leitores. A CPI só voltará a se reunir em fevereiro deste ano, quando os deputados estaduais retornam do recesso de fim de ano.
Em princípio, já foi aprovada a convocação do diretor da Eletrobrás, Orsine Rufino de Oliveira, e realização da primeira reunião itinerante em Tabatinga (a 1108 km de Manaus) e comunidades do Alto Solimões. A CPI deve lançar também uma cartilha de orientação contra os abusos das empresas de prestação de água e energia elétrica a ser distribuída aos consumidores de Manaus e do interior.
A empresa se defende:
Contra os números do Procon, a Amazonas Energia divulgou que há “equívoco” em sua liderança no ranking de reclamações, porque “a companhia é responsável pelo atendimento de 100% dos consumidores de energia elétrica do Estado, tendo atualmente 950 mil clientes ativos. São emitidas anualmente mais de 12 milhões de faturas aos clientes. Ao levar em conta o número de clientes que são atendidos na área de concessão da Empresa, o número de reclamações informadas pelo Procon representa menos de 0,01% dos clientes” entre outros argumentos.
Em relação ao deputado Zé Ricardo, a Amazonas Energia disse que não persegue ninguém e que as demissões são ajustes técnicos na empresa que precisa se operacionalizar. Além disso, o programa Luz para Todos não foi extinto, mas mudou de nome para Programa de Eletrificação Rural.