Em 2025, o radioamadorismo brasileiro atinge um marco importante: 67 mil estações em operação, com destaque para estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Esse crescimento evidencia não só o poder da comunicação via rádio em tempos digitais, mas também a força de uma comunidade que resiste, se adapta e se fortalece frente aos desafios do século XXI.
Amazonas e Escoteiros
São mais de 1000 operadores licenciados pela Anatel com indicativos, o Estado concentra uma unidade de Rádio Escotismo na cidade de Manaus. O movimento de rádio escotismo na cidade fomenta o hobby entre crianças, jovens e adultos. Essa semana, de 17 a 19 de outubro, o grupo se reúne para participarem de um encontro mundial, denominado: JotaJoti, que visa a conversação entre escoteiros de várias localidades via rádio.
Fortalecimento técnico e avanço das Classes A e B
O avanço das Classes A e B, que hoje representam cerca de 28% das estações licenciadas no Brasil, tem sido determinante para o fortalecimento técnico do radioamadorismo. Esses operadores experientes dominam modos digitais, fonia em HF e VHF, além de serem os principais responsáveis pela formação de novos radioamadores. Com mais de 18 mil estações de alto nível técnico, o país demonstra maturidade e capacidade de resposta em situações críticas, como desastres naturais e interrupções de infraestrutura de comunicação.
Projetos de mentoria e cursos promovidos por clubes de radioamadores e ligas estaduais têm incentivado a migração da Classe C para patamares mais avançados, elevando o nível geral da comunidade. A Anatel, por sua vez, tem facilitado o acesso a exames de promoção de classe, o que tem contribuído para esse avanço.
Impacto social e regional do radioamadorismo no Brasil
O impacto social do radioamadorismo é evidente, especialmente em regiões como o Nordeste e o Centro-Oeste. Estados como Ceará e Paraíba destacam-se não apenas em números, mas na densidade de operadores por habitante, criando verdadeiras redes de apoio comunitário. Com mais de 45 radioamadores por 100 mil habitantes, a Paraíba lidera essa estatística e demonstra como a atividade pode ser relevante socialmente.
Em locais onde a conectividade digital é precária, os radioamadores assumem papel crucial em situações emergenciais. Seja no apoio à Defesa Civil, em campanhas humanitárias ou em eventos climáticos extremos, a comunicação via rádio ainda é uma das poucas garantias de contato seguro e contínuo. A presença de estações mesmo em estados com menor infraestrutura, como Acre e Roraima, mostra o alcance nacional e o compromisso social desses operadores.
Panorama geral e tendências de crescimento até 2025
Comparado aos dados de 2021, quando o país contava com cerca de 60 mil estações, o crescimento até 2025 foi de mais de 11%, consolidando uma tendência positiva. A leve redução na predominância da Classe C, de 72% para 70%, mostra que os radioamadores não apenas ingressam na atividade, mas também evoluem tecnicamente.
A tecnologia tem sido uma aliada: a popularização de equipamentos SDR (Software Defined Radio), antenas de fácil montagem e aplicativos de monitoramento tornaram o hobby mais acessível e interativo. Além disso, as transmissões via satélite e a integração com redes de internet têm atraído uma nova geração de operadores, muitos deles com formação técnica e universitária.
Entretanto, o desafio da baixa participação feminina, que representa apenas 6% da comunidade, continua sendo um ponto sensível. Iniciativas de inclusão, concursos voltados para mulheres e campanhas educativas podem ajudar a equilibrar esse cenário.
Com base em dados sólidos e uma comunidade resiliente, o radioamadorismo no Brasil segue crescendo, modernizando-se e reforçando seu papel como uma ferramenta de comunicação confiável, educacional e cidadã.
FONTE: Defesa em Foco