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23 de novembro de 2024 | 04:19

ARTIGO Augusto Cecílio Bernardo: Pedofilia

Por: Augusto Cecílio Bernardo

Pedofilia é a perversão sexual na qual a atração sexual de um indivíduo adulto está dirigida primariamente para crianças. É classificada como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e também como um desvio sexual, pela Organização Mundial de Saúde, e os atos sexuais entre adultos e crianças abaixo da idade de consentimento (resultantes em coito ou não) é um crime na legislação de inúmeros países.

Em alguns deles, o assédio sexual a crianças por meio da Internet também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar pornografia infantil ou fazer sua apologia, também configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime.

Tendo como principal meio de divulgação a Internet, a pedofilia movimenta milhões de dólares por ano e expõe milhares de crianças indefesas a abusos que nem mesmo adultos suportariam. Existem até Clubes de Pedofilia que servem para associar pedófilos pelo mundo, onde esses podem adquirir fotos e vídeos contendo pornografia infantil e até contratar serviços de exploradores sexuais, fazer turismo sexual ou mesmo efetivar tráfico de menores e aliciá-los para práticas de abusos sexuais, com alta possibilidade de desaparecimento de muitas crianças mundo afora.

Para coibir essa prática, além da conscientização de internautas, autoridades do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, famílias e sociedade, cabe ao cidadão também a possibilidade de denunciar esse crime ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Interpol.

Além disso, ainda convivemos com um problema social dos mais sérios, o que por si só justificaria medidas mais eficazes e, senão a resolução definitiva da questão, ao menos que sejam aplicadas políticas públicas mais arrojadas com o estrito interesse de amenizar a mendicância infantil pelas ruas das cidades.

Na busca de soluções para os problemas socioeconômicos que margeiam todo o processo de crescimento do país, não se pode esconder, infelizmente, um futuro nada promissor que aguarda por nossas crianças. Enquanto elas driblam, entre uma esquina e outra, as ações pouco receptivas do poder público, uma massa furiosa de delinquentes cresce e ruma em direção contrária aos códigos de costume, leis e à própria sociedade, revelando notoriamente uma relação de franco embate onde não há vencedores, apenas vítimas.

A desestruturação familiar concorre para que as ruas sejam mais atraentes que um lar esfacelado. Juntando os pedaços, os fragmentos de uma sociedade fragilizada é que devemos nos orientar para que possamos garantir um futuro digno para as nossas crianças.

Nos semáforos, nos terrenos baldios, nos prédios abandonados reunidos como bando de irracionais, certamente eles não encontrarão o que precisam, mas contribuem significativamente para aumentar o índice de medo que grassa pelas ruas, principalmente nas grandes cidades brasileiras.

Reflexos negativos e muitos peculiares em países subdesenvolvidos, onde as ações públicas não conseguem enfrentar o problema com sucesso, a mendicância infantil expõe uma realidade suficientemente capaz de desfazer qualquer prognóstico positivo para curto, médio ou longo prazo, caso não tomemos uma iniciativa enérgica.

É fundamental, além da punição dos envolvidos, viabilizar projetos capazes de fazer com que as ruas não sejam mais atraentes do que a escola, e que esta ganhe destaque, com novos e pequenos frequentadores interessados. Nascido em Samos, na Grécia, pelos anos 571-70 a.C., Pitágoras previu tudo isso que estamos passando 21 séculos depois: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens”.

 

*Auditor fiscal e professor. E-mail: augustosefaz@hotmail.com

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