Suely Diana Ambrósio de Oliveira Lobo foi condenada por homicídio culposo e lesão corporal culposa num acidente de trânsito ocorrido no dia 23 de agosto de 2018.
O Tribunal de Justiça do Amazonas manteve a sentença, no processo 0000206-69.2018.8.04.6800, que impôs à ré dois anos de detenção e a suspensão do direito de dirigir, após ela ser considerada responsável por uma colisão brutal que tirou a vida de Fernando Aguiar Fernandes e deixou Tony de Jesus Rodrigues da Silva com ferimentos gravíssimos.
Ela avançou na Avenida Castelo Branco, ignorando completamente a preferência de quem trafegava pela via. Testemunhas oculares relataram que o carro dirigido por Suely atingiu em cheio a motocicleta, arremessando as vítimas para longe. Fernando não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Tony ficou com sequelas por causa do forte impacto.
Apesar das tentativas da defesa em minimizar a conduta de Suely – argumentando que as vítimas não usavam capacetes e insinuando que a motocicleta estava em alta velocidade – o tribunal atentou-se aos fatos. “A imprudência da ré é inquestionável”, afirmou o desembargador Jorge Manoel Lopes Lins, sem deixar dúvidas de que Suely ignorou a obrigação de ser cautelosa ao volante, atravessando a via preferencial de maneira imprudente.
Desastre anunciado
A perícia foi categórica: Suely dirigia em alta velocidade e nem sequer tentou frear antes de provocar a tragédia. A investigação revelou ainda, que a condutora usava salto alto, um fator que pode ter comprometido seu controle sobre o veículo.
Tony de Jesus Rodrigues da Silva, o sobrevivente, descreveu os momentos de horror que viveu naquele dia. “A gente estava na nossa, e de repente, tudo mudou. Eu ouvi o grito do Fernando… depois, só dor. Não conseguia me mexer”, relatou Tony.
Clamor popular por justiça
A morte de Fernando Fernandes não só abalou sua família, mas também causou uma onda de revolta que tomou as ruas de Santa Isabel do Rio Negro. A cidade, que chorava junto com os entes queridos da vítima, clamava por justiça nas redes sociais e nas manifestações públicas.
Para a família de Fernando, a condenação trouxe uma sensação de justiça. “Nada pode reparar a perda do meu filho, mas pelo menos, ela vai pagar por tirar ele da gente”, disse o pai da vítima, que acompanhou cada segundo do julgamento com os olhos cheios de lágrimas.
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0000206-69.2018.8.04.6800_Sueli Ambrosio-280-294