A exploração das reservas de potássio encontradas no Amazonas pode ser a alternativa econômica capaz de gerar mais de R$ 20 bilhões por ano para o Estado. O uso racional do mineral, que é o principal ingrediente na fabricação de fertilizantes, pode diminuir a pressão pela geração de empregos e impostos sobre as empresas da Zona Franca de Manaus.
A importância da extração de potássio e as dificuldades para destravar empreendimentos no interior do Amazonas foram discutidas pelo deputado Fausto Jr. e o diretor da empresa Potássio do Brasil, Júlio Rabelo.
A reunião aconteceu sexta-feira (29/10), na sede da empresa, localizada no município de Autazes, no interior do Amazonas. Segundo pesquisas feitas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o município possui a maior reserva de potássio do Brasil, capaz de atender 25% do consumo do País.
Na reunião, o deputado foi informado que o Brasil produz apenas 5% do fertilizante consumido no País. O restante é importado do Canadá, Rússia, Alemanha e Israel, num negócio que movimenta R$ 40 bilhões por ano.
“Se investirmos na extração de potássio e na produção de fertilizantes no Amazonas, podemos reduzir pela metade a importação do material”, avalia Fausto. “A ideia é produzirmos 50% desse fertilizante. Um negócio de R$ 20 bilhões por ano”, calcula o deputado.
O diretor da empresa, Júlio Rabelo, explica que o Amazonas possui as maiores reservas do mineral no Brasil. Os municípios de Autazes e Itapiranga, no interior do Estado, seriam capazes de abastecer 50% de todo fertilizante consumido no País.
“Nossa empresa está investindo mais de R$ 10 milhões para extrair o potássio na região de Autazes. A meta é gerar cerca de cinco mil empregos e movimentar a economia do interior”, destaca Rabelo.
Leis ambientais são cumpridas à risca
Instalada em Autazes desde 2010, a empresa Potássio do Brasil enfrenta a resistência de órgãos que não aceitam a exploração das reservas minerais do Amazonas e, como consequência, atrasam o desenvolvimento da região.
O problema foi discutido na reunião entre o deputado Fausto Jr. e o diretor Júlio Rabelo. Ele explica que a empresa cumpre todas as exigências ambientais estabelecidas pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
A empresa realizou também audiências públicas para ouvir a população e órgãos ambientais dos municípios onde ocorrerá a extração do potássio. O processo de liberação teve também uma consulta pública junto aos povos indígenas da região, sob o acompanhamento da Funai (Fundação Nacional do Índio).
“Todos os critérios estão sendo cumpridos para garantir o funcionamento legal da empresa”, afirmou Júlio Rabelo.
Força tarefa para destravar exploração de potássio
O deputado Fausto Jr. propôs a formação de uma força tarefa, com a união do governo do Estado, prefeituras e órgãos ambientais, para destravar a extração de potássio no Amazonas.
Nas próximas semanas, o deputado Fausto Jr. terá reunião com o presidente/CEO da empresa, Matt Simpson, para discutir formas de acelerar a liberação do empreendimento em Autazes.
Quando estiver funcionando, a usina de potássio vai extrair o mineral a uma profundidade de 900 metros, o equivalente a um prédio de 300 andares.
No local serão instalados elevadores para levar material e trabalhadores. O processo atende os exigentes critérios de segurança do trabalho e de proteção ambiental.
Para transportar o material será construído um porto na margem esquerda do rio Madeira, perto da Vila de Urucurituba, onde o potássio será colocado em barcaças.
O transporte da usina até o porto será feito por meio de uma estrada que já existe, porém encontra-se em péssimas condições. A empresa garantiu que vai restaurar a estrada, que terá oito metros de largura e poderá ser usada pela população do município para interligar as comunidades rurais.