Manaus – Redação ZH- Willian Enock, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Especial Turismo Fretamento Escolar e Locadoras de Veículos do Estado do Amazonas (SINDESPECIAL), retorna às manchetes, porém sempre envolto em acusações e inconsistências. Após ser afastado permanentemente do cargo devido a fraudes e irregularidades nas eleições sindicais, ele agora está organizando a formação de um sindicato patronal para o transporte escolar.
A iniciativa gera indignação entre os trabalhadores:
Willian que deveria ser um representante da classe, escolhido para defender motoristas e funcionários do setor, agora adota abertamente o lado dos patrões, demonstrando que sua trajetória nunca esteve alinhada com a causa sindical, mas sim com seus próprios interesses.
Histórico de denúncias contra o ex-presidente
A lista de denúncias envolvendo o ex-presidente é extensa e grave:
- Fraudes eleitorais: A Justiça do Trabalho anulou a eleição de 2022 do SINDESPECIAL, por irregularidades como falsificação de assinaturas, manipulação de atas e contagem duvidosa de votos. Um laudo pericial chegou a apontar assinaturas falsas em nome de eleitores.
- Afastamento judicial: O TRT-11 determinou o afastamento imediato de Enock e de toda sua diretoria, proibindo inclusive sua participação em novas chapas eleitorais, sob pena de comprometer a legitimidade do processo democrático dentro do sindicato.
- Depredação e desaparecimento de patrimônio: A sede do sindicato, após sua saída, foi encontrada destruída, depredada e com patrimônio delapidado. Trabalhadores acusaram Enock e seus aliados de arrombarem o local e retirarem documentos e equipamentos.
- Perseguição e intimidação: Há denúncias de que a gestão de Enock praticava perseguição política contra trabalhadores, com ameaças, demissões e represálias a quem ousasse questionar sua conduta ou se opor à sua chapa.
- Enriquecimento suspeito: Trabalhadores também levantaram suspeitas sobre o patrimônio incompatível que Enock e aliados acumularam enquanto estavam à frente do sindicato.
- Atos antissindicais: Decisões judiciais apontaram tentativas de coagir trabalhadores a se desligarem do sindicato em troca de vantagens, o que levou a Justiça a advertir empresas ligadas à sua gestão.
- Ameaças e disputas violentas: Em meio a disputas políticas, chegaram a ser registradas denúncias de ameaças de morte e intimidações envolvendo Enock e outros sindicatos, revelando um ambiente de confronto e instabilidade sob sua liderança.
Contradição e traição
Diante desse histórico, a decisão de agora criar um sindicato patronal de transporte escolar não surpreende, mas escancara a contradição: quem dizia defender motoristas, hoje se coloca contra eles.
Os trabalhadores perguntam, com razão:
- Como um ex-motorista e ex-sindicalista conseguiu recursos para se tornar empresário do setor em tão pouco tempo?
- Estaria todo o discurso de defesa da categoria limitado a uma estratégia de autopromoção?
- Teria usado a confiança dos trabalhadores como trampolim para interesses pessoais?
A máscara caiu
A trajetória de Willian Enock deixa uma lição dura, mas necessária: quem trai a classe trabalhadora uma vez, nunca foi digno de confiança. Sua tentativa de migrar para o lado patronal apenas confirma aquilo que muitos já suspeitavam: seu compromisso nunca foi com os trabalhadores, mas consigo mesmo.
Os motoristas e trabalhadores do transporte especial merecem líderes verdadeiramente comprometidos com sua causa e não figuras que mudam de lado conforme a conveniência.