No mês do Meio Ambiente, o Instituto Trata Brasil, em parceira com a GO Associados, divulgou a nova edição do estudo: “PERDAS DE ÁGUA 2023 (SNIS 2021): DESAFIOS PARA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL”.
Ao longo do relatório é evidenciada a ineficiência do país nas perdas de água potável, em que mais de 40% do recurso é perdido, o que equivale a cerca de oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente.
O estudo compreende uma análise do Brasil, como também das macrorregiões, Estados e dos 100 maiores municípios presentes no Ranking do Saneamento.
O Estado do Amazonas configura no ranking com o 5º Estado da região norte onde mais se desperdiça água tratada.
Com mais da metade do recurso perdido antes de chegar nas residências do país, a região norte apresenta o pior desempenho no indicador de perdas na distribuição (51,16%).
Para entender os impactos dessas perdas, o Norte do país abriga mais de 18 milhões de habitantes, em que 40% da população, aproximadamente 7 milhões de pessoas, ainda vivem sem atendimento à água potável – como apontam dados presentes no Painel Saneamento Brasil.
QUADRO 1 – PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO POR MACRORREGIÃO (2021)
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Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados
Ao longo do estudo se aponta que a redução no volume de perdas resultaria em benefícios socioeconômicos e ambientais para o país, como por exemplo, uma maior oferta do recurso hídrico para os milhões que ainda sofrem com a ausência de água (são cerca de 33 milhões em todo País).
Enquanto para o meio ambiente, a redução dessas perdas implicaria a disponibilidade de mais água para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais.
Quadro 2 – Índice de Perdas na Distribuição nos estados do Norte
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Com um volume de perdas preocupante, os Estados da região norte apresentam gargalos a serem superados para controlar as perdas nos sistemas de distribuição.
A partir da tabela acima é possível observar que cinco dos sete Estados que integram o Norte do país perdem mais da metade do recurso hídrico – Amapá e Acre apresentam índices elevados, com mais de 74% da água perdida antes de chegar para os habitantes. Somente em dois Estados, Pará e Tocantins, o volume de perdas é menor que a média nacional (40,3).
A eficiência de perdas está diretamente atrelada à universalização do saneamento, no qual, o país tem como meta estabelecida para 2034, pela Portaria 490/2021 do MDR, alcançar 25% em perdas na distribuição (IN049).
Uma vez que o país alcance essa meta, logo estará influenciando positivamente outro importante objetivo imposto pelo Marco Legal do Saneamento, que é a garantia de que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável.
Para solucionar o problema de perdas é fundamental que o país busque ter um programa estruturado de redução de perdas com investimentos constantes na área, como também agilidade na identificação e conserto de vazamentos, além de priorizar o tema na agenda pública e dos operadores de saneamento pelo país.
A concessionária de água de Manaus tem apostando na implementação de campanhas educativas para combater os desperdiços.