Desde que assumiu o governo do Amazonas, em janeiro de 2019, o governador Wilson Lima enfrenta dificuldades na relação com os veículos de comunicação, que reclamam de problemas em obter informações oficiais relacionadas ao chefe do Executivo e às secretarias estaduais.
A demora em responder aos questionamentos (em muitos casos não há qualquer tipo de resposta) abre espaço para reportagens negativas envolvendo o governo do Estado.
Em quase três anos e meio de mandato, Wilson Lima teve três secretários de Comunicação e quatro secretarias executivas, mesmo assim, o Governo ainda enfrenta problemas na relação com os veículos de imprensa, como emissoras de rádio e TV, jornais impressos e sites de notícias.
Sem respostas
Entre os jornalistas, a Secretaria de Comunicação do Amazonas é conhecida por não responder aos questionamentos que a imprensa livre faz sobre as ações do governo.
Há, inclusive, casos de e-mails e telefones de repórteres que são bloqueados. O objetivo é deixar os jornalistas sem informações para escreverem as reportagens.
A difícil relação com os veículos de imprensa resulta em reportagens negativas na imprensa local, nacional e, em alguns casos, até internacional.
Foi o que aconteceu no período crítico da pandemia, quando ocorreu a falta de estrutura nos hospitais do Estado, resultando na morte de pessoas nas portas das unidades, e, por fim, o escândalo das mortes por falta de oxigênio.
Mudança de planos e Lei Eleitoral
Na quinta-feira (07-abr), a Secretaria de Comunicação convocou todos os assessores de comunicação ligados governo do Estado para repassar orientações referentes ao trabalho das assessorias no período eleitoral.
A legislação eleitoral restringe algumas atividades, entre elas a divulgação de ações que envolvam diretamente o governador Wilson Lima, que é candidato à reeleição.
A reunião aconteceu no auditório da Sede do Governo, no bairro Compensa, e foi conduzida pelo procurador Giordano Bruno, da Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM).
Na conversa com os jornalistas, foi orientado que a partir de 2 de julho, nenhum material jornalístico poderá ser enviado à imprensa, pois o Estado não pode gerar “nenhum tipo de prova que utilizou a estrutura do Governo para divulgar ações do governador”, explicou o procurador.
A única exceção ficou por conta da realização de coletivas de imprensa, porém os assessores não poderão fazer convocação oficial. Eles foram orientados pela PGE-AM a convocarem os jornalistas por telefone, de forma individual.
Nenhum assessor poderá utilizar e-mail, mensagem de aplicativos ou redes sociais oficiais ligados ao governo do Amazonas, conforme estabelece a legislação eleitoral.
Uma alternativa para driblar a Lei Eleitoral seria o uso do e-mail pessoal dos jornalistas, dessa forma não utilizariam a estrutura do governo. Com a medida, a Secretaria de Comunicação busca uma saída para não cometer crime eleitoral, pois os e-mails institucionais não serão utilizados.