Contratada pelo governo do Amazonas para oferecer assistência médica aos profissionais da Secretaria de Educação (Seduc), a empresa Hapvida não leva seus serviços ao interior do Estado.
Para ter acesso ao atendimento da Hapvida, os servidores da Seduc são obrigados a vir para Manaus. A falta de cobertura no interior do Estado não atende a necessidade dos trabalhadores, que reclamam do péssimo serviço oferecido pelo plano de Saúde.
A queixa dos servidores foi repercutida hoje (29-jun) pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania), que cobrou da Comissão de Educação da Aleam (COED-Aleam) uma solução junto à Seduc.
Segundo o deputado, o contrato nº07/2022 celebrado a Seduc e a Hapvida tem o valor de R$87,7 milhões, com vigência de 03.03.2022 até 03.03.2023.
A falta de assistência no interior do Estado voltou a ganhar atenção após o apelo de uma professora do município de Tabatinga. A servidora pediu para não ser identificada por medo de represália.
Segundo ela, professores estão se endividando para viajar até a Manaus e receberem tratamento médico, desembolsando quantias fora do orçamento previsto e contraindo empréstimos para custear o deslocamento.
Além disso, muitos professores e demais servidores da Educação estão morrendo pela falta do serviço médico.
“O problema é que o contrato é em Manaus. Quando o professor adoece, ele não tem transporte para se tratar na capital. O que estou pedindo durante meses é que municípios como Tabatinga, Parintins, e demais cidades-polo, tenham uma unidade para realizar exames de sangue e ultrassom, afinal o contrato é mais de R$ 87 milhões”, afirmou Wilker.
“A alta complexidade pode ser em Manaus, mas em Tabatinga e Tefé, a Hapvida não poderia fazer um exame de sangue? Uma viagem de barco a jato, do Alto Solimões para Manaus, custa R$ 600 reais, então, como que um professor consegue viajar?”, questionou o deputado.
“Quero pedir da Comissão de Educação que provoque a Seduc e a mesma traga solução para este caso”, disparou Wilker.
O descaso com os profissionais da Seduc no interior do Estado vai contra o anunciado pelo Governo do Amazonas quanto à descentralização do atendimento da Hapvida na capital para 11 cidades-polo no interior, incluindo Tabatinga.