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20 de novembro de 2024 | 22:48

Jovem com diabetes é expulso da prova do Enem após alarme despertar para aplicação de insulina

Um adolescente de 17 anos foi desclassificado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), após o sensor de glicemia disparar durante a prova. O caso aconteceu nesse domingo (03-nov), em Sobradinho, no Rio Grande do Sul, e foi compartilhado nas redes sociais do pai do jovem.

A expulsão aconteceu mesmo com permissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para o uso de dispositivo eletrônico de aferição de glicose aos participantes. A condição devia ser informada no ato da inscrição da prova, o que foi feito, segundo o estudante.

— Eu fiquei com muita vergonha naquele momento. Pediram pra eu pegar minhas coisas e me retirar. Fiquei nervoso, meio desacreditado. Eu disse que tinha diabetes, mas me disseram que fui desclassificado. Eu nunca tinha passado por uma situação dessas e eu sempre aprendi que sou normal, posso fazer tudo, mas aquele momento mostrou o contrário, o diabetes me limitou — relatou.

O que disse o Pai do jovem

Rudnei Noro contou que o filho tem diabetes tipo 1, quando há pouca ou nenhuma produção de insulina no corpo, e que precisa monitorar o nível de açúcar no sangue para saber quando tomar o medicamento. O adolescente usa no braço um tipo de sensor de glicemia, que é conectado ao celular, e apita quando os níveis estão fora do normal.

O pai do adolescente contou que o estudante chegou a informar a condição de saúde na hora de se inscrever para o Enem, mas foi avisado que a diabetes tipo 1 não estava inclusa na lista de doenças que requerem um atendimento especial. Assim, o jovem fez a prova na mesma sala que os demais estudantes.

Na hora do exame, o celular do adolescente estava sob a posse do fiscal, mas mesmo assim disparou o alarme do sensor. Segundo Rudnei, o alarme apitou uma única vez. Porém, a situação já foi o suficiente para que o estudante fosse eliminado e retirado da sala por “perturbar os demais alunos”. O menino teve que assinar uma ata e foi obrigado a deixar a escola onde fazia a prova.

“Todo dia um leão para matar. Falam tanto em ‘inclusão’, mas quando chega na prática, constrangem, humilham e impedem que o garoto de 17 anos de correr atrás de seus sonhos. Coincidentemente em pleno mês da conscientização da diabetes”, escreveu Rudnei Noro.

Em nota (confira abaixo na íntegra), o Inep informou que os participantes que se sentiram prejudicados por conta de algum erro de aplicação podem solicitar a reaplicação do exame e terão o direito de fazer as provas em 10 e 11 de dezembro.

Nota do Inep

“O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) permitiu o uso de dispositivo eletrônico de aferição de glicose para os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 que informaram ter diabetes no ato da inscrição. Nesses casos, o dispositivo eletrônico ficou dentro do envelope porta-objetos para uso pelo participante nos momentos necessários. Os participantes que se sentiram prejudicados por conta de algum erro de aplicação, nesse sentido, podem solicitar a reaplicação do exame e terão o direito de fazer as provas em 10 e 11 de dezembro.”

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