Após quatro dias do eclipse solar anular, considerado pelos cientistas como um dos fenômenos astronômicos mais potentes dos últimos dez anos, os consultórios dos oftalmologistas recebem vários pacientes com problema nos olhos.
Entre os casos está o da dona de casa Cláudia de Fátima, de 44 anos, que observou o eclipse por alguns minutos, sem a proteção adequada.
Segundo o oftalmologista Jaime Martins, a paciente desenvolveu retinopatia solar, uma lesão foto-traumática. O médico explica que a mulher começou a ver uma mancha branca no centro da visão do olho afetado logo após a observação.
Essa mancha persistiu ao longo dos dias e ela procurou atendimento medico.
O oftalmologista destaca que o tipo de lesão diagnosticada e qual parte do olho ela danifica.
“Acomete a região central da retina, onde a gente tem a formação da visão de detalhes. [A lesão é] causada diretamente pela exposição a uma fonte de luz. É bastante comum quando ocorre eclipse porque muitas pessoas olham diretamente para o sol por um tempo prolongado”, explica o médico.
A retinopatia ocorre como uma queimadura nas camadas mais internas da retina e pode ser identificada a partir dos sintomas de piora na qualidade da visão.
O aparecimento de uma mancha branca no centro da visão logo após a exposição a uma fonte luminosa, que pode ser o sol ou até mesmo uma luz artificial.
“A gente confirma o diagnóstico através do exame de fundo de olho e da retinografia. Esses exames servem para que a gente tenha uma suspeita da retinopatia solar e a confirmação com um exame chamado OCT [Tomografia de Coerência Óptica]”, complementa.
Queimadura da retina
A má notícia é que não existe um tratamento com capacidade de curar a retinopatia solar. E
m alguns casos, no entanto, a lesão pode regredir e deixar o paciente sem sequelas, mas em outros, a retina pode atrofiar. Neste caso, o médico diz que não tem o que fazer.
“Infelizmente não existe um tratamento curativo para retinopatia solar, mas alguns casos, após algumas semanas, regridem e deixam o paciente sem sequelas. Outros levam à uma atrofia e infelizmente não tem o que fazer”, lamentou o médico.