O Ministério da Saúde (MS) reconheceu o desenvolvimento e a implementação de soluções que fortalecem a prevenção da tuberculose em Manaus, selecionando a iniciativa entre dez experiências exitosas do País.
A Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS) realizou a seleção para mapear experiências bem-sucedidas relacionadas à Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) e ao Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT).
A Secretaria de Saúde de Manaus (Semsa)inscreveu o projeto “Superando barreiras na prevenção da tuberculose: desenvolvimento e implementação de soluções para o fortalecimento da prevenção da tuberculose em Manaus”, elaborado pelos técnicos do Núcleo de Tuberculose.
Divulgação para o Brasil
A chefe do Núcleo de Tuberculose da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, informa que o Ministério da Saúde apresentará virtualmente, em 2026, as dez experiências selecionadas.
“A seleção do trabalho realizado na rede municipal de saúde de Manaus reconhece os avanços que foram feitos nos últimos anos no tratamento preventivo da doença direcionado para pessoas diagnosticadas com a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, mas que não apresentam ainda a tuberculose ativa”, afirma.
Tratamento preventivo à tuberculose
O teste tuberculínico (PPD), realizado em 55 unidades de saúde da prefeitura, serve como indicação para o início do tratamento preventivo.
Em 2023, o município contava com apenas 16 unidades ofertando o exame, número ampliado pela Semsa como parte da estratégia de facilitar o acesso ao serviço.
O teste é recomendado para conviventes de pessoas com tuberculose ativa e indivíduos com condições que afetam a imunidade, como HIV/Aids. Também é necessário antes do uso de medicamentos imunossupressores.
Casos em Manaus-2024
Em 2024, Manaus registrou 8.968 testes tuberculínicos realizados e 2.250 tratamentos preventivos iniciados. De janeiro a julho deste ano, foram feitos 6.243 exames.
“O teste tuberculínico é fundamental por ser uma estratégia para interromper a cadeia de transmissão da tuberculose”, alerta Eunice. “A estimativa é que uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento, pode infectar dez outras pessoas durante o período de um ano.”
O tratamento preventivo dura três meses, com doses semanais. Já a tuberculose ativa demanda ao menos seis meses de tratamento.
Menção Honrosa para equipe de posto de saúde
O Ministério da Saúde também concedeu Menção Honrosa à experiência do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da USF Ajuricaba, no Alvorada, pelo trabalho com pessoas vivendo com HIV/Aids.
Com o título “Um modelo de ampliação do acesso ao tratamento preventivo da tuberculose em Pessoas Vivendo com HIV/Aids…”, a iniciativa contou com apoio da AHF Brasil e se destacou pela abordagem inovadora e potencial de replicabilidade.
A experiência foi submetida pela enfermeira Nathalie da Silva Belmont, a enfermeira Ryana de Siuza Aparício Pontes e a farmacêutica Patrícia Ana da Silva.
Segundo Nathalie Belmont, o relato mostra como a equipe reorganizou fluxos, fortaleceu o papel dos profissionais e ampliou o acesso ao TPT para um público altamente vulnerável.
“Com essa abordagem, 297 pessoas iniciaram o tratamento preventivo entre janeiro de 2023 e setembro deste ano. No período analisado, a taxa de adesão foi de 94%”, informa.
Tuberculose: sinais, riscos e transmissão
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis, que atinge principalmente os pulmões. Tosse por duas semanas ou mais é o principal sintoma, acompanhada de febre vespertina, suor noturno e perda de peso.
Em 2024, Manaus registrou 3.128 novos casos de tuberculose ativa. Este ano, já são 2.826.
A transmissão ocorre pela dispersão de aerossóis expelidos ao falar, tossir ou espirrar, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
