A onda de violência sofrida pelos motoristas de entrega de alimentos, bem como o alto valor cobrado pelas empresas de aplicativo de delivery, foram alguns dos temas discutidos na audiência pública realizada ontem (28-abr), em Manaus, com a presença de mais de 300 motoboys e motoristas de aplicativo.
O evento foi organizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Amazônia, criada no Congresso Nacional e presidida pelo deputado federal Delegado Pablo. Participaram do debate vários grupos e associações de motoboys que representam mais de três mil trabalhadores em Manaus.
A audiência teve também a presença de representantes de bares e restaurantes do Amazonas, bem como de empresas de aplicativo de delivery que atuam em Manaus.
Motoristas reclamaram da taxa cobrada pelas empresas de aplicativo, que chega a 35% do valor de cada entrega de alimentos. Outra reclamação é quanto à violência sofrida pelos motoristas, que são agredidos por clientes, têm os veículos roubados ou são mortos por criminosos.
Entregadores de delivery disseram ao deputado Pablo que são impedidos de entrar em condomínios para entregar encomendas, mesmo com autorização dos clientes.
Outra reclamação é a falta de suporte por parte das empresas de aplicativo. Os trabalhadores dizem que ao ligar para a empresa são atendidos por mensagens automáticas, o que impede que problemas sejam resolvidos com mais rapidez.
Ao final da reunião, Pablo disse que todas as reclamações serão levadas à Câmara dos Deputados para a criação de projetos de lei em defesa dos motoboys e motoristas de aplicativo.
Entre as propostas que devem virar lei está a fixação do limite de 10% da taxa cobrada pelas empresas de delivery.
Pablo explica que o limite já existe em outros países, onde a medida garantiu melhor condição de trabalho dos motoristas. “A taxa de até 35% cobrada dos motoboys brasileiros é abusiva e precisa ser revista. Temos que mudar essa situação”, afirmou Pablo.
O deputado disse que vai acionar as empresas de aplicativo de delivery para melhorar o suporte oferecido aos motoristas. Objetivo é agilizar a solução dos problemas sofridos pelo trabalhadores e garantir um atendimento mais humanizado.