O Amazonas aguardava com ansiedade a apresentação do relatório da CPI da Covid do Senado. A expectativa era que o governador Wilson Lima, ex-secretários estaduais de Saúde, empresários e servidores públicos fossem apontados como cúmplices nas mais de 14 mil mortes por Covid no Amazonas.
Era a chance de apresentar os verdadeiros culpados pelo terror e medo vividos pelos amazonenses durante as primeira e segunda ondas da pandemia.
Para a decepção dos amazonenses que tiveram familiares e amigos mortos pelo coronavírus, o documento no indiciou nenhuma das pessoas envolvidas nas mortes ocorridas no Estado. O relatório produzido pelo senador Renan Calheiros sofreu grande influência do senador Omar Aziz, que presidiu a CPI.
Não é segredo para ninguém a relação de amizade e influência política entre Omar e Wilson Lima. O senador é conselheiro de Wilson, por isso buscou, de todas as formas, blindar o governador das denúncias expostas na CPI.
O relatório final não cita os responsáveis pelo caos na Saúde do Amazonas durante a pandemia. É como se o Estado não tivesse passado pelo inferno.
Graves denúncias como a compra superfaturada de respiradores hospitalares numa loja de vinhos, aluguel de hospital de campanha que jamais funcionou com 100% da sua capacidade, atraso no salário de médicos e outros profissionais da Saúde que atuaram na linha de frente de combate ao vírus são alguns dos casos que passaram despercebidos.
A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus e do interior, que levou à morte centenas de pessoas, é outro exemplo do descaso da CPI com o povo do Amazonas. A falta de espaço nos cemitérios e até mesmo de caixões para enterrar vítimas da Covid ainda estão na memória de quem viveu dias de terror.
A sociedade exige e merece que os culpados sejam mostrados e punidos.
Para proteger Wilson Lima, o senador Omar Aziz prova que vale tudo na política. Nada pode atrapalhar o plano de reeleição do governador. Incluir o nome de Wilson no relatório da CPI causaria grande incômodo. Afinal, Omar e Wilson vão dividir o mesmo palanque na campanha eleitoral de 2022.
Vamos torcer para que a memória dos eleitores não seja tão fraca como dizem os políticos corruptos e assassinos.