As câmeras de segurança registraram o momento que o agente de portaria, Caio Claudino de Souza, de 25 anos, estava no elevador do condomínio Gran Vista, momentos antes de assassinar a servidora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Silvanilde Veiga, no sábado, dia 21 de maio.
Preso na terça-feira (31-mai), no Coroado, Caio afirmou que cometeu o crime pois estava sob o efeito de cocaína e tudo teria sido um acidente. Nas imagens, é possível ver que o agente de portaria estava inquieto, entrando e saindo do elevador, e apertando em andares sem a certeza de qual andar queria.
Os registros confirmam a afirmação do delegado-titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ricardo Cunha, que estranhou o comportamento de Caio, enquanto ele se deslocava no elevador.
“Fomos olhar as câmeras de segurança e nas imagens nos chamou a atenção um agente de portaria que de forma muito nervosa, estava fazendo uso desse elevador por muitos andares. Uma pessoa que estava incomodada, uma pessoa com claras características que estava sob o efeito de entorpecentes. E isso, de pronto, nos chamou a atenção”, afirmou o delegado.
Caio, que tinha acabado de fazer o uso de pó, estava mexendo no rosto e entrando e saindo do elevador, aparentemente, em busca de algo. Em um certo momento, o suspeito aperta em um andar mais alto, que seria o 14º, andar onde Silvanilde morava.
Todo o registro aconteceu às 17h49, três minutos antes do último registro de entrada na porta de Silvanilde, que teria sido às 17h52. Ao todo, Caio teria passado 13 minutos no andar e teria cometido o crime após a recusa de Silvanilde fazer um pix para ele.
Minutos depois, as imagens mostram Caio já após o crime, entrando novamente no elevador, e voltando para a função de agente de portaria.
Veja o vídeo:
O crime
De acordo com as investigações, Silvanilde saiu do apartamento de onde mora para ou deixar um lixo, ou ir em seu veículo pegar algo e, nesse momento, foi abordada por Caio, que afirmou em depoimento que persuadiu a vítima para entrar no apartamento alegando que iria olhar o quadro de luz da unidade.
“Por que chegamos a essa conclusão? Porque ela não estava arrumada, estava muito à vontade, claramente com roupas de quem estava em sua residência. Então ela saiu muito rapidamente, foi a hora que o Caio chegou nesse andar”, apontou o delegado.
Caio contou em depoimento que viu Silvanilde fazendo o uso de seu celular, um modelo IPhone 11, e como ele estava em busca de algo para roubar, viu uma oportunidade.
“Ele viu ela fazendo o uso do aparelho celular e foi quando ele tentou roubar esse celular. Colocou ela para dentro do apartamento e lá eles entraram em luta corporal. Ele afirma que foi apenas um golpe, mas não nos convenceu porque ela estava muito machucada”, conta o delegado.
Às 22h, a filha de Silvanilde, Stephanie Veiga, recebeu uma mensagem de SOS vindo do celular da mãe. O alerta assustou a nutricionista, que se deslocou até o apartamento, onde as duas moravam, e encontrou Silvanilde morta, em uma poça de sangue.