Três unidades de Saúde da Prefeitura de Manaus foram atacadas por vândalos e assaltantes nos últimos dois dias, causando prejuízos materiais e impactando no atendimento à população das zonas norte e leste de Manaus.
As três unidades, pertencentes à rede de assistência básica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), sofreram os ataques entre segunda-feira, (03-abr) e na manhã de terça-feira, (04-abr).
As unidades de Saúde não contam com a vigilância da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que desde 2022 possui novas viaturas e armamento.
Na UBS Avelino Pereira, no bairro Jorge Teixeira, zona leste, os assaltantes abordaram os pacientes e servidores, levando o aparelho celular de uma servidora.
Na UBS Arthur Virgílio, no bairro Novo Aleixo, na zona norte, foram levados equipamentos odontológicos. Na unidade N-43, que fica na Colônia Santo Antônio, zona norte, teve o prédio vandalizado.
Os vândalos invadiram o local, quebraram materiais, mobiliário e equipamentos utilizados na assistência aos pacientes e danificaram a cobertura do prédio, levando parte do telhado.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, lamenta que unidades de Saúde, que prestam serviços essenciais à população, sejam alvos deste tipo de ação de forma recorrente.
Além dessas três unidades, na quinta-feira passada a UBS Gebes Medeiros, no Jorge Teixeira, teve uma janela inteiramente retirada e levada pelos ladrões.
A secretária lamenta que roubos e assaltos comprometam o funcionamento das unidades, que muitas vezes precisam ter as atividades suspensas para reposição de equipamentos e insumos. “Além disso, nossas equipes e os que frequentam a UBS sentem-se inseguros, especialmente ao amanhecer e ao anoitecer”, disse a secretária.
Segurança
O subsecretário de Gestão Administrativa e Planejamento, Nagib Salem, informa que desde 2022 um consórcio formado por três empresas é responsável pela segurança patrimonial dos estabelecimentos assistenciais de saúde do município.
O consórcio garante segurança eletrônica a todas as unidades administradas diretamente pela Semsa, onde existem câmeras, sensor de movimento e cerca elétrica, dentre outras ferramentas de vigilância.
“É importante frisar que esse sistema tem o objetivo de evitar o roubo patrimonial, ou seja, se destina a resguardar o máximo possível o prédio e os itens materiais pertencentes a eles”.
Nas unidades administradas no modelo de Parceria Público-Privada (PPP) são as próprias empresas da parceria as responsáveis pelo serviço de segurança patrimonial.
Nos dois casos, as empresas que respondem pelo serviço têm obrigação contratual de repor o patrimônio levado ou danificado em razão de invasões e roubos.
Nagib explica que o serviço de segurança eletrônica não se destina diretamente à prevenção de assaltos cometidos contra as pessoas no entorno das unidades. “Neste campo, quem atua é a secretaria de segurança pública e não a segurança privada”, esclarece.
De acordo com o subsecretário, no que se refere ao município, a Semsa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) que vem reforçando as rondas nas regiões próximas às unidades de saúde básica.
“Infelizmente, mesmo com esse aparato, temos muitos registros de furtos e roubos nas nossas unidades ou perto delas.
No entanto, a quantidade de ameaças que conseguimos impedir é muito grande”, assegura Nagib, informando que relatório do consórcio de empresas relativo a fevereiro deste ano mostra que foram registradas 3.180 ocorrências nas unidades atendidas, sendo 3.169 sem danos (tentativas de invasão, disparo de alarme e outras situações que não geraram danos) e 11 com danos ao patrimônio. Do total de ocorrências, 1.105 aconteceram na zona Leste e 1.174, na zona Oeste.
Em relação ao ano de 2022, os registros mostram 30.941 ocorrências, das quais 3.775 sem danos e 166 com danos.
Nagib Salem destaca que a prefeitura vai continuar trabalhando para reduzir esse tipo de ocorrência na rede municipal, que vem recebendo unidades modernas, bem equipadas e bem estruturadas para receber os usuários com segurança.