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25 de julho de 2025 | 11:28

Sexo oral sem camisinha faz câncer aumentar entre jovens

Oito em cada dez pessoas diagnosticadas com câncer de cabeça e pescoço no Brasil descobrem a doença em estágio avançado, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora pouco comentado, o Ministério da Saúde alerta que esse é o terceiro tipo de câncer mais incidente no país e deve acometer mais de 61 mil brasileiros neste ano, segundo estimativas. A perspectiva de óbitos não é otimista para os próximos anos: a previsão é de aumento de 86%, passando dos atuais 17 mil casos para 30 mil em 2050, de acordo com levantamento do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP). 

“Trata-se de um tipo de câncer que, quando diagnosticado precocemente, apresenta até 90% de chance de cura”, alerta a cirurgiã de cabeça e pescoço do Hospital São Marcelino Champagnat, Ana Gabriela Neis. A prevenção envolve práticas simples de cuidado com a saúde, como evitar o consumo de cigarros — seja comum, eletrônico ou narguilê —, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso e utilizar preservativo durante o sexo oral.

A especialista alerta que o câncer de garganta tem aumentado entre os jovens no país, especialmente devido à infecção por HPV. “Mesmo no sexo oral, o uso da camisinha é essencial para prevenir o vírus. Já temos vacina disponível no SUS para crianças a partir dos 9 anos, mas os casos não param de subir”, ressalta a médica.

Sinais de alerta

Feridas na boca que não cicatrizam, úlceras, espinhas que não regridem, coçam ou sangram, lesões esbranquiçadas nos lábios ou nas mucosas orais, aftas persistentes e nódulos no pescoço que aumentam de tamanho e em quantidade estão entre os principais sinais de alerta. “São muitos os sinais, e grande parte deles passa despercebida”, alerta a especialista. “É fundamental estar atento à rouquidão persistente, à sensação de  fala alterada — como se estivesse enrolada ou, como relatam alguns pacientes, com ‘voz de batata quente’ — e ao aumento de volume no pescoço, na região da tireóide que, pode indicar um estágio avançado da doença”, frisa Ana Gabriela.

O tratamento depende da região afetada e do estágio em que a doença é  diagnosticada, podendo incluir cirurgia, radioterapia e, em alguns casos, quimioterapia como complemento. A detecção precoce é essencial, já que as áreas acometidas — boca, faringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais, glândulas salivares e linfonodos do pescoço — são muito próximas entre si, o que facilita a rápida disseminação do tumor para outros órgãos. De acordo com pesquisa do GBCP, 85,4% dos pacientes sobrevivem por cinco anos após o tratamento quando o tumor é identificado na fase inicial e está restrito a um único órgão. Quando a doença atinge os linfonodos, a taxa de sobrevida cai para 69,4%. Já nos casos em que há metástase para órgãos distantes, como pulmões, fígado ou  ossos, esse índice diminui para 36,9%.

“Além do tratamento ser menos invasivo e mais eficaz quando a doença é detectada no início, a qualidade de vida do paciente após a recuperação é significativamente maior. Já nos casos em que o câncer é diagnosticado em estágio avançado, o tratamento costuma ser bastante agressivo, envolvendo mutilações permanentes e sequelas, como a perda da fala”, explica a cirurgiã. “Por isso, é importante estar atento aos sinais, conversar com amigos e familiares para que também fiquem alertas e procurar ajuda médica já nos primeiros indícios da doença”, finaliza a médica.

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