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18 de abril de 2025 | 05:07

SINETRAM pretende acabar com o pagamento de passagens de ônibus em dinheiro e cartão de recarga

Mais de dezoito anos atrás, o transporte público de Manaus começou a viver uma revolução tecnológica com a adoção de uma série de inovações na bilhetagem eletrônica. Agora, a capital está pronta para eliminar a presença de dinheiro nós ônibus e já se prepara para um próximo salto: aposentar o cartão de recarga.

Fábio Byron, gerente de bilhetagem do sistema operado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas, o SINETRAM, conta que a história da modernização do setor em Manaus começou com a introdução do smartcard Passa Fácil na primeira década dos anos 2000.

De lá para cá, o sistema se expandiu consideravelmente, em especial após a adoção de uma nova plataforma da PRODATA, mais avançada, mais simples e mais rápida, em junho de 2022.  Hoje a adesão ao Passa Fácil engloba cerca de 85% dos usuários do sistema e chegou a este patamar oferecendo facilidades aos passageiros.

Aplicativos

As operadoras do transporte público de Manaus trabalham com dois aplicativos. O “Cadê Meu Ônibus” é o guia do transporte coletivo. Nele, o passageiro checa a melhor linha e os melhores horários para o seu trajeto e acompanha em tempo real o deslocamento do veículo pelas ruas até a chegada na parada escolhida.

Esse é um aplicativo pioneiro nosso que já está há mais de oito anos funcionando na cidade. Nele o nosso passageiro pode fazer reclamações e sugestões e se reservar o direito de só ir para a parada próximo da chegada do seu ônibus. Porque o app já mostra o ônibusinho se deslocando. Tudo em tempo real”, explica Fábio Byron.

O segundo aplicativo é o “Cadê Meu Ônibus Recarga”, que funciona como uma carteira digital, e traz o recurso de geração de um QRCode para o pagamento da passagem com o celular direto no validador.

Byron conta que há ainda a tecnologia que é disponibilizada nos terminais, que aceita o próprio cartão de crédito e débito para pagamento da passagem no validador.

O sucesso da Syndi       

Um dos modos preferidos de recarga em Manaus tem sido o bate-papo descomplicado com a Sindy.  Ela é a pioneira assistente virtual tipo chatbot que há cinco anos faz atendimento virtual aos passageiros dos coletivos de Manaus via WhatsApp e tem um desempenho exemplar, resolvendo 95% das conversas iniciadas.

Mas a equipe do Sinetram não para e está para lançar nos próximos dias uma versão turbinada do chatbot da Sindy para o aplicativo Telegram . Segundo a equipe de bilhetagem do sindicato, o concorrente do WhatsApp tem uma configuração e design de menu muito mais eficientes e seguros permitindo a criação de interações mais interessantes e amigável para o cliente.

Rede de recarga

Na outra ponta, o Sinetram inovou na criação de uma rede com mais de 180 pontos para recarga em dinheiro em mercadinhos, drogarias, supermercados, lanchonetes e outros estabelecimentos espalhados pelos bairros de Manaus. Nesta rede, o cliente leva o cartão Passe Fácil, paga em dinheiro e reabastece os seus créditos, enquanto o comerciante usa uma máquina tipo a de cartão de crédito para fazer a Transferência Eletrônica de Fundos (TEF).

Mas hoje mais de 55% das vendas de varejo do Sinetram já acontecem de forma online, pela rapidez e conveniência do processo que libera o crédito no cartão em até 30 minutos. E é esse dado que fez a equipe desenvolver soluções para a eliminação da presença de dinheiro dentro dos coletivos.

Mais segurança a bordo

A entidade representativa dos operadores do sistema de transporte público de Manaus fez o seu dever de casa investindo não só em vários canais de recarga como também em campanhas de comunicação que destacam a agilidade do embarque e o aumento da segurança. Ao mesmo tempo, a sua equipe se preparou estrutural e tecnologicamente, para a eliminação das transações em espécie dentro dos ônibus.

Ter dinheiro dentro do coletivo é o grande atrativo para o assalto a bordo. Por isso estamos preparados para a qualquer momento transformar 100% do nosso movimento em bilhetagem eletrônica sem causar nenhum problema para os passageiros. Curitiba, Campo Grande, Brasília, Belo Horizonte estão indo nesta direção e já tem capital que levou o índice a quase zero com a retirada do dinheiro de dentro do coletivo”, destaca Byron.

De fato, Brasília fez isso na metade do ano passado e conseguiu registrar queda de 93% em roubos a coletivos, o que é o menor índice dos últimos dez anos para o Distrito Federal.

Próximo salto

A aposta tecnológica do Sinetram tem dado certo também em outros setores. O sindicato tem um Centro de Controle Operacional (CCO) que acompanha remotamente todos os detalhes de cada linha, como horário de saída e de chegada, quebra de ônibus e tudo mais. E comemora um índice de eficiência que fica entre 99,5% e 99,8% sem parar de pensar em mais avanços.

Fábio Byron, que está há dez anos nesse mercado, é categórico ao dizer que o futuro da bilhetagem em Manaus e no mundo todo será sem o plástico do Smartcard e que a sua equipe já tem isso como meta: “Em alguns países já acontece. A conta do cliente fica armazenada na nuvem. O passageiro é identificado no validador com a sua biometria facial. Aí o sistema vê quanto ele tem de crédito na conta dele e desconta o valor de uma passagem. Aqui, já estamos trabalhando em pesquisas e parcerias com algumas instituições para chegar nesse ponto de uma bilhetagem eletrônica totalmente autônoma”.

“Tudo isso tem transformado o dia a dia da cidade e seus habitantes. Tem também colocado Manaus como uma referência no Brasil com a incorporação de uma filosofia que trata o passageiro como cliente e ponto central de uma operação que segue atenta à segurança e à agilidade das suas operações”, diz Byron.

Por: Fátima Mesquita, jornalista e escritora

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