Um vestido de noiva com mais de um século na mesma família e que carrega muitas histórias. Mais do que um baú de recordações, esse vestido vem acompanhando a transformação de cinco gerações de mulheres.
Uma raridade preservada e restaurada que caminha para mais uma inesquecível festa de casamento em Manaus: o da Bárbara.
Mas a história do primeiro casamento começa lá atrás, com a dona original da peça: Beatriz Studart, uma jovem que, ao ser pedida em casamento, foi com a mãe, Maria Studart, para Bruxelas, na Bélgica, encomendar o tão sonhado vestido de noiva em 1910.
A inspiração foi a chamada Belle Époque francesa, que dominava a Europa e o Brasil em um período de transformações urbanas e culturais. Na moda, as mulheres se espremiam em espartilhos para estrangular a cintura e, na sociedade, elas não tinham independência.
Nessa época, no entanto, Manaus era uma das cidades mais desenvolvidas do país, atraindo gente de todas as partes do mundo por causa da cadeia produtiva da borracha.
Naquele ano, Beatriz se casou com José Souza Brasil, e o sofisticado vestido de renda foi um sucesso. Em mais de 100 anos, a peça já passou por 24 mulheres da mesma família.
É claro que ele foi se adaptando aos novos tempos, seguindo a moda e as tendências, desde a mais austera, nos anos de guerra, ao mais romântico, com saia rodada.
A partir dos anos 1960, começou um movimento de maior liberdade. Nos anos 1970, a moda era chapéus e flores na cabeça, até chegar aos laços estufados da década de 1980.
Em 2013, o Fantástico reuniu algumas dessas noivas e agora, 10 anos depois, é a vez da Bárbara. Uma noiva da quinta geração.
Ao todo, foram 75 dias seguidos só para recuperar a renda e manter boa parte original da peça, como as flores.
Além da idade, outros detalhes tornam o vestido muito especial: nele não há emendas, nem sequer uma costura feita com auxílio de máquinas. Tudo foi unido por pontos de rendas que são espelhadas.
Raridade e obra de arte que se encaixam perfeitamente.
E foi com essa peça completamente restaurada que Bárbara se tornou mais uma noiva da família a carregar essa tradição.