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21 de novembro de 2024 | 18:29

Governo do AM não está investindo recursos no hospital João Lúcio, denuncia dep. Dermilson Chagas

O Governo do Amazonas está mentindo ao divulgar, por meio de peças publicitárias e de matérias jornalísticas, que o Estado investiu recursos públicos no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, localizado na zona leste de Manaus.

A afirmação é do deputado estadual Dermilson Chagas, que ontem (06-set) fez uma visita-surpresa ao hospital para fiscalizar denúncias de desabamento de forros, inundações, fiações expostas, buracos, rachaduras, superlotação de pacientes, sobretudo em corredores do hospital, falta de medicamentos, ausência de médicos nos plantões e, principalmente, atendimento desumano.

 

O deputado constatou que a maioria das reclamações são verdadeiras.

O Governo do Amazonas divulgou, em 9 de dezembro de 2020, que a reforma no HPS João Lúcio iria “aumentar consideravelmente a capacidade de atendimento daquela unidade de saúde”. Entretanto, o que o deputado Dermilson Chagas presenciou foram dezenas de pacientes em macas, sem colchonetes e sem lençóis, em todos os corredores do hospital.

“O que eu presenciei ontem foi chocante, sobretudo os pacientes idosos jogados em cima de macas de metal, além da farmácia do hospital estar praticamente desabastecida”, comentou Dermilson Chagas.

Ainda no dia 9 de dezembro de 2020, o Governo do Estado divulgou, por meio da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), que “o novo gerador já está instalado em base de concreto, aguardando para ser interligado com a subestação. Quanto à subestação, toda a infraestrutura foi readequada com a instalação dos novos equipamentos, dos painéis e transformadores, faltando a passagem de cabos para concluir o serviço”.

Entretanto, no dia último dia 30 de agosto de 2021, foi divulgado, por meio de vídeos no WhatApp, que o hospital teve um “apagão” de energia elétrica, revelando que o gerador não funcionou.

Além disso, os forros de algumas salas do hospital caíram, sendo algumas delas uma enfermaria no 1º andar e uma sala de conforto dos médicos, segundo foi confirmado por uma funcionária da unidade de saúde.

Já do lado externo, há sinais visíveis de rachaduras, falta de azulejos, fiação exposta, condicionadores de ar sem funcionamento, buracos nos forros e, sobretudo, muita sujeira acumulada em frestas e buracos dos forros externos.

“Se houve obras de fato, foram obras frágeis e mal feitas, especialmente porque o projeto básico do hospital incluía, dentre outros serviços, a troca total dos forros. Então, se uma simples chuva foi capaz de trazer os forros abaixo é porque a secretaria que executou o serviço, e, nesse caso, foi a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), não cumpriu com o que é exigido em obras desse porte, ou seja foi relapsa, ou, pior ainda, comprou materiais mais baratos, de péssima qualidade, para economizar dinheiro de forma ilícita. E o hospital foi reformado com dinheiro do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), então o Governo não pode afirmar que não havia recurso. Houve, sim. Só não foi bem aplicado”, ressaltou o deputado.

Praticamente sem remédios

Uma servidora do hospital informou que há insuficiência de medicamentos, inclusive os mais básicos, para o atendimento dos pacientes. “Há muitos itens zerados e alguns medicamentos estão com o abastecimento crítico, como soro fisiológico”, informou a funcionária da farmácia.

O deputado constatou que também que a Metoclopramida (Plasil) está com o abastecimento crítico. “Além dos medicamentos, faltam também equipamentos básicos, como luvas, máscaras e álcool em gel”, disse o deputado.

Dermilson Chagas circulou por diversas áreas do hospital e conversou com acompanhantes dos pacientes que foram deixados em cima de macas à espera de atendimento médico.

O parlamentar ouviu diversas queixas de falta de informação sobre o quadro clínico para os parentes que estavam acompanhando os doentes e, principalmente, que os médicos não apareceram durante toda a manhã para verificar os doentes e/ou prestar algum tipo de informação sobre o estado de saúde dos pacientes.

“Não é só decepcionante, é vergonhoso e triste ver que um dos maiores hospitais do Amazonas e que é responsável, principalmente, pelo atendimento de pessoas de duas grandes zonas populacionais, as norte e leste, está nesse estado crítico, desumano e totalmente relegado a segundo plano pelo Governo do Amazonas, que, em julho, anunciou que havia concluído a reforma geral. É simplesmente lastimável”, comentou Dermilson Chagas.

 

Reforma geral não terminou no prazo previsto

A unidade hospitalar passou por recente reforma com investimentos de R$ 15.492.141,61. Dermilson Chagas explicou que, em 23 de junho deste ano, a própria Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) divulgou que as obras tinham alcançado o percentual de 99% de execução e que os trabalhos encerrariam no mês de julho.

Entretanto, o contrato para a reforma geral na unidade hospitalar foi assinado em 26 de maio de 2020 e estabeleceu prazo de 180 dias para a finalização da obra, que deveria ser em novembro de 2020.

Segundo a SES-AM, a reforma foi realizada tanto na área externa quanto na área interna de toda a unidade hospitalar. Porém, não é o que se constata no local, pois as fissuras nas paredes, as infiltrações, os remendos nas fiações elétricas, que oferecem risco para pacientes e funcionários, estão expostas.

Apesar de todos esses problemas existirem, a SES-AM divulgou que as intervenções foram realizadas nos sistemas elétricos de alimentação, distribuição e consumo final, compreendendo o térreo e três pavimentos de enfermarias, prédio administrativo, prédio anexo, área externa e cobertura, totalizando uma área total de 24.202,58 m².

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