O plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM) ficou vazio nesta terça-feira (05-jul) durante o discurso do vereador Amom Mandel (Cidadania) sobre ter recebido ameaças e ser alvo de ações coordenadas de fake news, após ter denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) a distribuição irregular de apartamentos populares a familiares da filha do prefeito e a servidores públicos municipais.
“Poucos são os parlamentares que se pronunciam a esse respeito. Hoje, em um dia de grande expediente, friso que poucos são os parlamentares dispostos a se pronunciar e apartear, poucos são os que levantam a voz contra a criminalidade, contra ameaças, contra os riscos que não só eu sofro hoje, mas a democracia e a Câmara Municipal quanto instituição pública”, afirmou Amom.
O parlamentar relembrou que, durante a sessão plenária dessa segunda-feira (04-jul), o requerimento nº 5243/2021 foi derrubado pela maioria do plenário. O documento questionava a Prefeitura de Manaus informações detalhadas sobre o sorteio irregular dos apartamentos populares. Para Amom, a inércia da maioria dos vereadores em relação às ameaças e denúncias é inaceitável.
Além disso, Amom afirmou que já teve as iniciais de facções criminosas arranhadas no próprio carro, além de ser alvo de milícias digitais e ter recebido mensagens ameaçadoras. O vereador ressaltou que havia cobrado que a Câmara Municipal se mobilizasse, quanto instituição pública, para agir contra o problema, mas nada foi feito.
O parlamentar também questionou se a falta de ação está relacionada ao fato de ele não integrar a base aliada do prefeito no Legislativo municipal.
“É inadmissível que um parlamentar da quinta maior cidade do Brasil tenha a sua integridade física e moral ameaçada. Que denuncie em rede nacional um escândalo do desvio de apartamentos populares e que quando relata isso à Câmara Municipal escute o silêncio da maioria do parlamento. Que quando tenta levar à frente as questões mais importantes que a população de Manaus traz, a Câmara Municipal não só fica em silêncio, como é contra os questionamentos à Prefeitura de Manaus”, disse o vereador.