A onda de demissões nas empresas da Zona Franca de Manaus (ZFM) deve começar em agosto deste ano e será causada pelo decreto do governo Federal que mudou as regras de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em todo Brasil.
A avaliação é do senador do Eduardo Braga (MDB) e foi feita na reunião da bancada federal do Amazonas no Congresso Nacional. O encontro aconteceu na casa do senador Omar Aziz (PSD) e serviu para os parlamentares buscarem uma saída para defender a ZFM.
Eduardo Braga disse que o decreto que baixa a 25% a cobrança do IPI em todo vai atingir os setores econômicos e educacional do Amazonas, incluindo os repasses constitucionais da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e os fundos de Participação dos Municípios e do Estado, FPM e FPE.
“O IPI corresponde a 50% do FPM e do FPE. Isso quer dizer que os municípios e o governo do Estado terão menos recursos disponíveis para pagamento de pessoal e outras despesas. Isso é muito grave e precisamos reagir com inteligência”, afirmou Eduardo.
Braga disse que, desde março, quando começou a vigorar a primeira medida até este mês de abril, os empresários começaram a “botar o pé no freio” na aquisição de insumos, o que deverá acarretar na redução da mão-de-obra em pouco menos de quatro meses.
O senador do MDB voltou a criticar o governador Wilson Lima (União Brasil), que segundo Braga, disse que ingressaria no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a redução do IPI, o que até agora, não aconteceu.
“O governador está mais preocupado com outras coisas, do que em defender os empregos dos amazonenses”, criticou Eduardo.
No encontro, o emedebista disse, ainda, que a bancada federal do Amazonas e empresários do setor industrial vão “bater” à porta dos ministros do STF para mostrar que a medida do governo federal fere de morte o maior modelo de desenvolvimento regional do Brasil.
Braga lembrou que o Polo Industrial de Manaus sofre o maior ataque dos últimos 40 anos, e que agora, as medidas atingem a ZFM de forma sistêmica.
“Antes, as medidas eram em cima de determinados setores, como bens de informáticas, por exemplo. Agora, todos os setores são atingidos, sem exceção. E não vamos aceitar isso de braços cruzados”, finalizou Eduardo.