O Governo do Amazonas vai gastar mais de R$ 300 milhões para pagar desapropriações de terrenos, os quais não têm finalidade divulgada. A denúncia foi feita hoje (22-jun) pelo deputado Dermilson Chagas (Republicanos).
O parlamentar ressaltou que, além de não dar transparência a essas aquisições, o Governo do Estado não esclareceu, até o momento, porque pagou mais de R$ 41 milhões por um imóvel que estava avaliado em apenas R$ 5 milhões.
Dermilson Chagas lembrou que já solicitou, por meio de Requerimento, que o diretor-presidente da Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab-AM), João Coelho Braga, vá à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) esclarecer o processo de compra desse imóvel.
“Já solicitei a vinda do titular da Suhab-AM para explicar como é feito o cálculo e de que forma isso está sendo realizado, mas ele não veio, não sei por qual razão. Se não existe nada de errado, creio que não há nada o que esconder”, comentou o deputado Dermilson Chagas.
O deputado relembra que jpa denunciou a descoberta de um Grupo de Trabalho (GT) composto por funcionários comissionados com altos salários e que esse GT foi criado especificamente para realizar desapropriações.
“Só que existe um sobrepreço nessas desapropriações. Primeiro foi o terreno que era avaliado em R$ 5 milhões e o Governo do Estado pagou R$ 41 milhões, e, agora, existem mais terrenos que vão ser desapropriados pelo Governo, que vão custar mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos”, denunciou o deputado Dermilson Chagas.
“Essa é uma relação de vários terrenos que vão ser desapropriados pelo Governo. E esses terrenos já estão invadidos, são terrenos que não têm obras. E não sabemos a finalidade desses terrenos para o governador ter tanta pressa em desapropriar”, disse o deputado Dermilson Chagas.
Saúde na capital e interior continua um caos
O deputado disse que os R$ 300 milhões que o Governo do Amazonas pretende gastar com pagamento para desapropriar terrenos poderiam ser utilizados em áreas prioritárias e que têm necessidades urgentes de investimentos, como a rede estadual de Saúde, cujos hospitais continuam sem medicamentos e equipamentos para atender a população, pois as unidades não conseguem realizar cirurgias e nem exames por falta de aparelhos e de pessoal.
“Estamos vendo que a Saúde ainda não corresponde à demanda da população. Estamos vendo demandas de crianças cardiopatas e que estamos denunciando constantemente aqui, na Assembleia, o uso político e eleitoreiro do hospital Francisca Mendes e que o Ministério Público tem se calado”, frisou o deputado Dermilson Chagas.
O parlamentar disse que outras unidades hospitalares também não tiveram investimento em suas estruturas.
“Ontem, recebi um vídeo de um hospital que está com falta de oxigênio. E não dá para entender o que está acontecendo porque nós tivemos uma audiência, na segunda-feira (20/6), para falar sobre o quadrimestre da Saúde, e o número que a Secretaria (de Estado de Saúde – SES-AM) apresentou foi de 4 bilhões de reais. O orçamento para a Saúde, que foi aprovado por esta Casa, foi de 2 bilhões de reais, mas gastaram 4 bilhões. Mas o que melhorou? Nada!”, garantiu o deputado Dermilson Chagas.