30.3 C
Manaus
17 de abril de 2024 | 20:39

Índios aceitam acordo para construção do linhão de energia ligando Manaus a Boa Vista

Um linhão levando energia elétrica de Manaus a Boa Vista será finalmente construído, após anos de negociações e impasse com os índios Walmiri-Atroari, que esta semana aceitaram a oferta de R$ 133 milhões do governo federal para que ele passe por mais de 122 km da sua reserva, na divisa entre os estados do Amazonas e Roraima, pela rodovia BR-174 que liga as duas capitais. As obras devem durar cerca de 36 meses.

O repasse foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e o governdor de Roraima, Antônio Denarium , assinado esta semana em Brasília a título de contrapartida apontadas nos termos da licença de instalação, concedida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, no território índígena.

O advogado da Associação Comunidade Waimiri Atroari, Harilson Araújo, confirmou em entrevista exclusiva a um jornal de Boa Vista que, após dois dias de reuniões os Walmiri-Atroari aceitaram as condições da obra da linha de energia que sai da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, e vai interligar Roraima ao resto do Brasil.

Segundo o representante indígena, o plano básico ambiental mostra 37 impactos na reserva indígena – 27 são irreversíveis e terão de ser devidamente indenizados e mitigados.

Dos R$ 133 milhões, o governo federal repassará R$ 90 milhões e o consórcio de empresas que vai executar a obra, R$ 43 milhões.

A obra orçada em mais de R$ 1,5 bilhão, integra finalmente, Roraima ao resto do país pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

“Cerca de 450 indígenas, lideranças de todas as aldeias Waimiri-Atroari decidiram dar seu aceite a contraproposta que foi apresentada pela TNE e pelo governo Federal, como compensação pela passagem das torres pelas terras indígenas”, disse o advogado dos Walmiri-Atroari.

Mas, ainda segundo o advogado, os valores não seria exatamente os oficiais divulgados pelos governos federal e de Roraima.

“Vale ressaltar que os valores divulgados pela imprensa e governo de Roraima não condizem com os valores apresentados na contraproposta trazida aos Waimiri Atroari pela TNE e pelo governo federal. Se tudo for cumprido, conforme a contraposta, aí sim, o empreendimento poderá se iniciar” explicou.

Saiba mais

A linha de alta tensão atravessará mais de 120 km dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, nos Estados de Roraima e Amazonas, implicando na construção de aproximadamente 250 torres de energia elétrica, grande movimentação de maquinário e operários, agravantes para a disseminação do novo coronavírus.

Roraima era, até agora, o único estado brasileiro não integrado ao Sistema Interligado Nacional. Nos últimos 10 anos, o fornecimento de energia foi suprido pela compra da hidrelétrica de Guri na Venezuela e por diversas usinas termoelétricas espalhadas pelo estado.

Em maio de 2019 foi realizado o leilão de energias renováveis, que rendeu a contratação de 263,5 MW, com investimentos de mais de R$ 1,62 bilhão.

Já estão em funcionamento a Usina Jaguatirica II, em Boa Vista, que produz energia a partir do gás vindo do Campo Azulão, no Amazonas e que é exportado pela BR-174 (Manaus – Boa Vista). Além de duas termelétricas do complexo energético Serra da Lua, da empresa Oxe, que estão em funcionamento desde março de 2022

Leia também outras matérias

Idoso sofre grave acidente em avenida de Manaus e tem corpo parcialmente queimado

Redação Zero Hora AM

Wilker critica economista paulista que chamou ZFM de aberração; “é a fala de um imbecil”

Hugo Bronzere

Morre Sergio Paulo Rouanet, criador da lei de incentivo à cultura, aos 88 anos

Redação Zero Hora AM
Carregando....
Pular para o conteúdo