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8 de janeiro de 2025 | 00:34

Jovens estão perdendo a capacidade de pensar e escrever por causa do uso de celular

A maioria das espécies se comunica de alguma forma. Todos os animais fazem isso, mas nenhum tem o que nós temos: a linguagem.

Embora saibamos pouco sobre como ela surgiu, como explicou a linguista Maggie Tallerman no programa World of Mouth da BBC 4, “pensa-se que a linguagem tenha pelo menos 50.000 anos, mas a maioria dos linguistas acredita que seja consideravelmente mais antiga. Alguns estimam que possa ter até meio milhão de anos.”

“A escrita dos alunos é inclinada para baixo ou para cima, e sua caligrafia muitas vezes é ilegível. Antigamente, os estudantes estavam mais acostumados a escrever com papel e lápis, mas hoje lidam desde cedo com telas e teclados. Isso prejudica a caligrafia, especialmente no ensino médio e na faculdade”, explicou Kiliceri.

A Geração Z está perdendo a habilidade de escrever à mão e de se expressar com clareza, capacidades que a humanidade desenvolveu e transmitiu por mais de 5.500 anos, o que tem preocupado especialistas.

“Sem frases e ideias complexas”

Estima-se que o sistema de escrita cuneiforme, o primeiro método de escrita, tenha sido inventado há cerca de 5.500 anos.

No entanto, habilidades que não são utilizadas tendem a atrofiar, e esse é o desafio enfrentado pela Geração Z.

Além das dificuldades em escrever à mão, especialistas afirmam que os jovens têm pouca familiaridade para elaborar ideias complexas em textos. 

Eles preferem transmitir informações básicas em poucas palavras, resumindo ideias em menos de 10 palavras. Evitam frases longas e já não constroem parágrafos significativos, optando por frases curtas e independentes, algo que muitos atribuem à influência das redes sociais.

Assim, ao migrar da escrita tradicional para a digital, a primeira está sendo lentamente abandonada.

O impacto da escrita digital

Um estudo da Universidade de Stavanger, na Noruega, revelou que, após apenas um ano focando exclusivamente na escrita digital, 40% dos alunos perderam a fluência na caligrafia.

Esses jovens apresentam uma escrita pouco legível, enfrentam desconforto físico ao escrever e se cansam mais rapidamente ao usar papel.

Ferramentas digitais estão transformando a linguagem e a escrita, e essa mudança não é percebida apenas por professores.

Membros da Geração Z também expressam preocupação em fóruns como o Reddit, onde relatam a sensação de perderem a capacidade de escrever devido ao estresse universitário e a um sistema educacional que não valoriza as habilidades individuais de cada aluno.

Alguns especialistas sugerem que é essencial reservar um tempo específico para praticar a escrita manual. Outros defendem uma abordagem híbrida, alternando entre escrita digital e à mão.

Independentemente da solução, uma coisa é certa: se nada for feito, corremos o risco de perder algo que nos acompanha há mais de 5.000 anos.

 

 

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