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18 de abril de 2024 | 18:53

Omar proíbe José Melo de dar entrevistas e revelar os culpados por desvios na Saúde do AM

As últimas declarações do ex-governador cassado, José Melo, a um portal de notícias em Manaus, deixaram furioso o senador Omar Aziz, que proibiu o seu ex-vice-governador de conceder novas entrevistas em emissoras de rádio, TV e canais de Internet.

Na última quarta-feira (10-nov), Melo foi entrevistado em um programa de rádio e disse – sem citar nome – que todos os desvios de mais de R$ 120 milhões na Saúde do Estado, descobertos pela Polícia Federal na operação Maus Caminhos, “tiveram início no governo quando ele era vice-governador”. Ou seja, no governo de Omar Aziz.

O Instituto Novos Caminhos (INC), que fazia gestão dos hospitais em Manaus e no interior, foi contratado durante o governo Omar Aziz, justamente quando Melo era vice-governador.

Na entrevista, visivelmente nervoso, o ex-governador evitou de todas as maneiras citar nome de Aziz.

Um dia depois da entrevista, nos bastidores da política, a informação era que o senador ficou abalado com o seu ex-vice-governador, e o mal humor sobrou até para um apresentador de rádio, que concedeu, no início da semana, espaço para José Melo se explicar sobre as condenações.

Passado obscuro

José Melo foi cassado pela Justiça Eleitoral em maio de 2016 pelos crimes de compra de votos na sua eleição, e preso duas vezes em dezembro de 2017, durante a operação Estado Político, a terceira fase da operação Maus Caminhos, que investigou desvios de dinheiro da saúde no Amazonas.

Senador irritado

Um dos momentos da entrevista José Melo que mais irritou Omar foi quando Melo lembra um dos trechos do processo que culminou na operação, que, segundo ele, citava seu nome de Aziz.

“Lá dizia assim: A quadrilha – que desviou dinheiro da saúde – foi formada na época que era governador… …aí citou o nome da pessoa, e José Melo era vice”.

Outro trecho que teria deixado Omar furioso foi quando Melo garantiu que Mohamed Mustafa não entrou no seu governo.

“O que está lá nos autos? Que a quadrilha foi formada quando eu era simplesmente o vice-governador. E não consta nos autos nada que, eu como vice-governador tenha participado. E quando eu assumi o governo, o INC estava funcionado”, afirmou.

Retorno foi um “tiro no pé”

A aparição de Melo, quatro anos depois de ter sido preso pela PF, de acordo com alguns especialistas e cientistas políticos, foi um “tiro no pé” do próprio ex-governador, que por várias vezes, em suas declarações, confirmou o que a operação polícia encontrou: desvio de milhões da saúde do Estado.

O ex-governador, segundo fontes ouvidas pelo site, foi “escalado” pelo governador Wilson Lima para atacar o senador Omar.

Mas as justificavas de Melo não convenceram, e estremeceram a relação política dentro do Palácio do Governo. Agora, Melo volta ao sítio, em Rio Preto da Eva.

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