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27 de abril de 2024 | 23:52

Pesquisa investiga impactos da COVID-19 na saúde brasileira e precisa de voluntários

A compreensão dos efeitos duradouros da Covid-19 na saúde ainda é um desafio para a Ciência, sobretudo da variante Ômicron, que se tornou a mais prevalente desde o início da pandemia. No Brasil, uma das iniciativas para investigar esses efeitos é uma pesquisa em andamento e que precisa avaliar 1694 pessoas voluntárias, das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país que tenham sido infectadas pelo vírus.

Para participar da pesquisa, é necessário ter 18 anos ou mais, residir no Brasil, pelo menos uma vez ter testado positivo para Covid-19 a partir de 2022, independentemente da persistência ou do desenvolvimento de novos sintomas após a infecção.

A diversidade geográfica é crucial para entender os impactos da Covid -19 na saúde brasileira de maneira abrangente. A variabilidade geográfica ajuda a fornecer insights significativos e personalizados sobre como a Covid -19 afeta diferentes comunidades no país.

Um dos responsáveis pela condução desse estudo é o médico intensivista e pesquisador, Regis Goulart Rosa. Ele explica que, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconheceu a condição pós-covid como sintomas que continuam a se desenvolver após a fase aguda da doença, sem relação com outra causa, podendo perdurar por meses.

Segundo o médico, as pessoas que desenvolvem a condição pós-covid, também conhecida como “covid-longa”, podem apresentar diferentes sintomas dentro de um amplo leque de novos problemas de saúde nos campos neurológico (dificuldade de memória, dores de cabeça, alterações de paladar e de olfato), respiratório (tosse, falta de ar), musculoesquelético (dores musculares e nas articulações), genitourinário (disfunção erétil, alteração menstrual), cardiovascular (palpitação, dor torácica e trombose), gastrointestinal (alteração no hábito intestinal, náusea e refluxo gastroesofágico), mental (distúrbios do sono, depressão e ansiedade), entre outros como perda de cabelo, alterações na pele, fadiga e alteração visual.

“Na fase mais crítica da pandemia, nós conduzimos um estudo com a participação de mais de 5.000 voluntários na cidade de Toledo, no Paraná, para entender a efetividade da vacinação contra casos graves da doença em suas diferentes variantes”, recorda Rosa.

“Agora estamos empenhados em entender os impactos da Covid-19, considerando a variante Ômicron e suas sublinhagens, que continuam se propagando e impactando a vida de milhares de pessoas no mundo”, explica o pesquisador.

Por que participar da pesquisa?

Atualmente, quando a condição pós-covid é diagnosticada, os profissionais da saúde buscam o alívio dos sintomas e a reabilitação do paciente, com prescrição de fisioterapia, medicação para dor, psicoterapia, entre outros. Entretanto, ainda é necessário entender quais fatores estão relacionados ao desenvolvimento dessa condição e quais pessoas são mais suscetíveis, para que possam ser estabelecidas medidas de prevenção e tratamento mais assertivas.

Maicon Falavigna, médico epidemiologista e pesquisador responsável pelo Estudo Covid Longa Brasil, explica que a pesquisa é conduzida por meio de uma entrevista telefônica, na qual são realizadas perguntas gerais sobre a saúde e hábitos de vida antes e após a infecção pelo vírus. Também são aplicados testes validados para a avaliação de condições de saúde física, mental e psicológica. “A entrevista é conduzida por profissionais da saúde treinados na aplicação dos testes e na identificação dos sintomas a partir do relato dos participantes”, detalha Falavigna.

Antes de iniciar a entrevista, o participante recebe um termo no qual estão descritos os procedimentos do estudo e a pesquisa só é conduzida mediante o registro do seu consentimento. Além disso, há o compromisso dos pesquisadores com a confidencialidade dos dados.

Ao participar da pesquisa, as pessoas voluntárias ajudarão na compreensão desses sintomas e na busca por tratamentos mais efetivos para a condição pós-covid. Nesse sentido, é importante que tanto pessoas que desenvolveram sintomas após a infecção, quanto aquelas que não desenvolveram, colaborem com o estudo.

Quem contribuir com o estudo também receberá um relatório, com resultados dos testes aplicados na entrevista.  

Para participar do estudo, as pessoas interessadas devem preencher o formulário disponível no link https://www.covidlonga.com.br/.  A partir dos dados fornecidos, a equipe de pesquisadores entrará em contato para agendar a entrevista.

A condução da pesquisa é da Inova Medical, sendo financiada pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD) do Brasil. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento sob o parecer 6.008.948 de 18 de abril de 2023 – CAAE 68343923.7.0000.5330.

Sobre a Inova Medical

A Inova Medical é uma empresa que desenvolve soluções integradas em pesquisa clínica, estudos de vida real e avaliação de tecnologias em saúde, além de iniciativas de educação nessas áreas. Sua equipe possui, conjuntamente, mais de 200 artigos científicos publicados em revistas internacionais de alto impacto na área da saúde, tais como The New England Journal of Medicine, Journal of the American Medical Association e The Lancet. Desde o início da pandemia de COVID-19, vem colaborando em diversas iniciativas em pesquisa para o enfrentamento do vírus e de suas consequências à saúde.

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