Estudos científicos divulgados nesta semana pelo jornal British Medical, do Reino Unido, apontam que o intervalo de oito semanas é mais eficaz do que 21 dias para as pessoas que tomaram a vacina da Pfizer.
No Brasil, o intervalo para quem tomou o imunizante é de 12 semanas, porém, o Estado de São Paulo quer reduzir esse espaço para três semanas.
O artigo publicado pelo British Medical Journal (BMJ) apontou que o nível de anticorpos neutralizantes no sangue é cerca de 2,3 vezes maior se as doses são em um intervalo de 6 a 14 semanas, em comparação a um intervalo de 3 a 4 semanas.
Já um estudo publicado no formato pré-print (ainda sem avaliação) apontou que o intervalo de 21 dias resultou em uma perda de até 99% dos anticorpos, oito meses após a segunda dose.
Um intervalo maior entre as doses pode reduzir essa perda, e evitar uma dose de reforço.
A infectologista da Unicamp, Raquel Stucchi, afirma que a única justificativa para a redução de um intervalo entre as doses da Pfizer seria uma situação de descontrole da pandemia.
“Só se fosse necessário aumentar o número de pessoas vacinadas para reduzir a taxa de transmissão do vírus, mas esse não é o momento que estamos vivendo. Estamos em um momento epidemiológico que nos dá segurança de aplicar a segunda dose no prazo de 12 semanas”, disse.