Vai ficando mais distante e, talvez por isso, mais evidente o quanto a década de 1980 foi importante para a musicalidade e a cultura do Brasil.
Foi a época que o País se despedia da ditadura militar. Havia raiva e esperança, palavrões e poesia, midiatismo e reclusão. Tudo isso serviu de combustível e inspiração para as bandas que deram voz ao “rock nacional”.
O produtor Peck Mecenas teve sua vida adulta inaugurada junto com o rock nacional. Sua história é curiosa. Aos 18 anos, ele era produtor de estrada da banda Barão Vermelho, com quem trabalharia por 18 anos e, logo depois, se tornou produtor executivo do Circo Voador, no Rio de Janeiro, o “ninho da cobra” do que seria o rock brasileiro.
Muitos consideram que a inauguração de tudo se deu no Circo, ainda nas areias do Arpoador, no Rio, no verão de 1982.
Assim, ainda moleque, veria os primeiros passos de Barão Vermelho, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Blitz, Camisa de Vênus e muitas outras bandas. “Aquilo foi o divisor entre a ditadura e a democracia. Que País É Esse? (da Legião) e Brasil (de Cazuza) poderiam ser os hinos nacionais.”
CINEMA:
Há uma produção cinematográfica diretamente ligada às bandas dos anos 1980, mas pouco avaliada. Ela estará em uma longa mostra que será realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, como parte do projeto, com entrada franca.
Alguns dos filmes são Barão Vermelho – Por Que a Gente É Assim?, de 2007, com direção de Mini Kerti; Faroeste Caboclo, de 2013, dirigido por René Sampaio, baseado na música de mesmo nome da Legião Urbana; Blitz, O Filme, de 2019, de Paulo Fontenelle; Titãs: A Vida Até Parece Uma Festa, de 2009, com direção de Oscar Rodrigues Alves e Branco Mello; Somos Tão Jovens, de 2013, uma cinebiografia de Renato Russo, com direção de Antonio Carlos da Fontoura; e Cazuza – O Tempo Não Para, de 2004, com a história de Cazuza, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho.
O portal Zero Hora Amazonas separou alguns clipes que marcaram época.