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28 de março de 2024 | 00:57

Sinetram e IMMU se recusam aceitar laudo médico de PcDs, diz médico do AM que viralizou na internet

A revolta de um médico e blogueiro ativista da inclusão social  viralizou esta semana nas redes sociais.

Depois de reiterados casos em que os pacientes  com deficiência  e de baixa renda do Dr. Cleverson Redivo precisaram voltar frustrados a seu consultório contando que haviam tido o benefício público de transporte da prefeitura de Manaus negado, porque o laudo dado pelo profissional não era aceito pelos servidores do posto de atendimento na triagem.

Na última quinta-feira (25-mai), o médico resolveu ir até o local, no Shopping Phelippe Daou, onde confrontou os funcionários do Instituto Municipal de Mobililidade Urbana (IMMU).

O próprio médico registrou e publicou tudo; só na plataforma TikTok, os vídeos já somam mais de 12,5 milhões de visualizações em pouco mais de 2 dias.

veja o vídeo

Acusações do Sinetram

Segundo o médico o Sindicato das empresas de transporte do Amazonas (Sinetram) estava negando os laudos, e ainda mais incrível de tudo, dizendo que eu estava vendendo laudos para beneficiar pessoas com deficiência e que precisam do laudo.

Eles ficam criando dificuldade para liberar o Passa Fácil (benefício de transporte gratuito da prefeitura) para pessoas que precisam se locomover. E agora com o novo valor da passagem eles ficam dificultando ainda mais.

E exercem ilegalmente a medicina, porque eles não têm condições de emitir um parecer médico dizendo se o laudo é valido ou não. Limitam o direito das pessoas! – disse o médico em vídeo publicado em seu canal.

A ação de Cleverson acabou em confusão e teve intervenção até de guardas municipais. Nas imagens, é possível observar que o médico se irrita e grita com servidores, que na maioria das vezes não respondem. “Vocês estão humilhando pessoas com deficiência”, exclama.

Ele acaba levado a uma sala reservada, onde conversa com um homem que se identifica como servidor do posto.

“Ah, não, porque esse doutor o laudo dele não vale”… ela não pode fazer isso! eu sou professor de universidade, sou médico-legista. Eu só faço isso. Como ela vai dizer que meu laudo não vale? Não tem lógica isso” desabafa, conversando com o funcionário.

– As pessoas são humildes, elas não têm condições de pagar para andar de ônibus, não tem o que comer. E, se não conseguem andar de ônibus, não conseguem procurar um emprego. Não é a primeira vez e espero que não aconteça mais nenhuma vez, porque se acontecer eu vou fazer plantão aqui e vou processar todos os recepcionistas por charlatanismo, porque eles não podem dar diagnóstico.

Em dado momento, a guarda municipal é chamada e diz que está ali “para manter a ordem”. O médico, então, se apresenta também como policial civil, momento que é exaltado por vários dos milhões de espectadores que assistiram ao vídeo. Nesta sexta-feira, ele foi à Polícia Federal com seu advogado e protocolou uma notícia-crime contra os servidores.

– Estou aqui na Polícia Federal, na superintendência do Amazonas, para protocolar notícia-crime contra as pessoas que estão atuando na área médica sem o devido credenciamento e capacitação para fazê-lo – disse em vídeo.

Prefeitura diz que repudia a agressão verbal e vai processar o médico

Após a grande repercussão do caso, a prefeitura de Manaus emitiu uma nota, onde diz que repudia o tratamento dado por Cleverson aos servidores municipais do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e acrescenta que estuda processar o profissional.

“A Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), repudia a agressão verbal sofrida por um de seus servidores no posto de atendimento do órgão, no shopping Phelippe Daou, na última quinta-feira, 25/5, quando estava em pleno exercício de suas atividades”, diz o município.

“Frisamos ainda que o artigo 6º do Decreto Municipal nº 1.128, de 29 de julho de 2011, que regulamenta o artigo 261 da Lei Orgânica do Município de Manaus (Loman), determina que o formulário para emissão do Passe Livre deverá ser preenchido em letra legível por médico especialista integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) ou do Serviço Médico Municipal, constando o seu respectivo carimbo, contendo o número do CRM, tipo de deficiência e/ou patologia e CID”, acrescenta a nota, que não explica exatamente o motivo pelo qual os laudos dados por Cleverson foram negados.

Em consulta no Conselho de Medicina do Amazonas, feita pela reportagem, o médico aparece com o registro ativo.

“O IMMU informa que confere toda a documentação encaminhada para expedição de qualquer benefício. O órgão informa, ainda, que está analisando as imagens e avalia quais medidas judiciais vão ser adotadas referente ao caso”, conclui.

Médico entra com notícia crime na Polícia Federal do Amazonas

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