Os números ainda são parciais, mas ultrapassam 3,6 mil os mortos na Turquia e na Síria, causadas pelo terremoto desta segunda-feira (06-fev). Estima-se mais de 16,5 mil feridos.
Era madrugada na Turquia quando o primeiro terremoto sacudiu o sul do país. Um tremor de 7,8 de magnitude, o pior registrado nas últimas décadas. Milhares de casas e prédios foram abaixo.
Ainda na escuridão, os moradores começaram as buscas por vizinhos e parentes. O epicentro do primeiro terremoto foi próximo da cidade de Gaziantep, no sul do país.
Menos de 10 horas depois, o segundo terremoto atingiu a região, a cerca de 100 km dali, na província de Kahramanmaras. Desta vez, com 7,5 de magnitude.
O tremor foi tão forte que os abalos também foram sentidos em regiões do Líbano, Israel, Chipre e Síria, onde milhares de pessoas também morreram e ficaram soterradas.
Dentro de um hospital turco, um sobrevivente contou que na hora estava dormindo com a esposa e os quatro filhos. Tentaram sair correndo, mas a casa desabou em cima deles.
“Fomos salvos graças a uma porta de madeira”, disse.
Uma equipe de televisão local estava ao vivo, quando foi surpreendida pelo tremor. Os jornalistas saíram correndo, junto com moradores.
Da nuvem de poeira, surgiu um senhor. Ele se aproximou da câmera, apontou para o estrago e chorou.
Parte de um castelo de mais de 2 mil anos ficou destruída.
Alguns prédios danificados pelo terremoto caíram horas depois. Em Malatya, na Turquia, e em Aleppo, na Síria, os desmoronamentos se estenderam durante todo o dia.
A 50 quilômetros dali, em Azaz, uma menina de 18 meses foi resgatada ilesa dos escombros. A mãe dela, grávida, e os dois irmãos mais velhos, de cinco e quatro anos, morreram no terremoto.
Bombeiros, equipados com uma escada mecânica, conseguiram resgatar uma mulher que estava presa no alto do prédio. Ainda em choque, ela perguntava sobre a família. No meio dos escombros, um menino esperava pelo socorro.
O presidente turco declarou que o frio e a neve, em algumas cidades, dificultam o trabalho das equipes de resgate. Mas um pai, de camiseta, não sentia nada além do alívio de ver o filho vivo.
Sem ter para onde ir, sobreviventes tentaram se esquentar numa fogueira. “Não temos mais nada, estamos com fome”, disse um homem.
Nos escombros, o silêncio é um imperativo na busca por desaparecidos, mas quando alguém vivo é encontrado, aplausos.
O governo do Reino Unido anunciou o envio de mais de 70 equipes de resgate. Eles devem começar os trabalhos nesta terça-feira (07-fev), assim que chegarem nos locais atingidos.