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28 de março de 2024 | 04:32

Usina nuclear brasileira ‘deixa vazar’ água radioativa e não avisa cidade sobre risco de contaminação

A usina nuclear Angra 1, no Estado do Rio de Janeiro, ‘deixou vazar’ água radioativa, contaminado o solo, ar e água da cidade de Angra dos Reis. O vazamento aconteceu em setembro 2022 e foi mantido em segredo pela Eletrobrás/Eletronuclear.

O caso foi descoberto e divulgado nesta semana, causando pânico entre os moradores da cidade de Angra, que também não foram informados sobre o vazamento radioativo.

Por causa da falha, o Ibama multou a Eletronuclear, empresa responsável pela usina nuclear de Angra 1, em R$ 2,1 milhões. Segundo o Ibama, a multa é referente ao “descarte irregular de substância radioativa” e descumprimento da licença de operação.

A empresa também terá que realizar avaliação completa dos danos causados pelo incidente e divulgar informações sobre o caso no prazo de 30 dias, após determinação da Justiça, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Também deve ser evitada qualquer atividade que possa agravar a contaminação da “água, solo e ar”.

“O resultado das inspeções realizadas evidenciou que, durante uma operação de rotina de recirculação e purificação de água de operação, ocorreu a falha de uma válvula de isolamento, propiciando a liberação de um volume de água para o canal de descarga da usina, estimado em, no máximo, 90 litros”, pontua a nota da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Em setembro de 2022, o Ibama recebeu denúncias sobre vazamento de água contaminada de um dos sistemas de Angra I, enviando uma equipe de Emergências Ambientais para inspecionar o local.

Entretanto, a vistoria não confirmou o vazamento, mas foi determinado que a companhia fornecesse informações sobre a ocorrência.

O que diz a Eletronuclear

Segundo a Eletronuclear, no dia 16 de setembro foi feita “liberação não programada de um pequeno volume de água contendo substâncias de baixo teor de radioatividade”.

Porém, de acordo a companhia, os valores da liberação estariam abaixo dos limites para ser considerada um acidente, seguindo a legislação. Assim, o caso foi tratado como um “incidente operacional”, informado nos relatórios regulares previstos.

A empresa ressaltou ainda que intensificou por conta própria e, depois, por demanda do Ibama, monitoração radiológica no local de despejo das águas fluviais “sem encontrar nenhum resultado significativo”.

Por fim, a Eletronuclear disse que respeita a avaliação dos técnicos do Ibama, porém vai recorrer da decisão, entendendo que cumpriu o que é determinado pela legislação.

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