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25 de abril de 2024 | 13:04

Você sabe cantar o Hino Nacional?

Fabiano Cardoso de Oliveira

Ganhe 100 mil reais cantando o Hino Nacional sem errar! O prêmio é convidativo, mas uma pesquisa rápida no youtube.com, com a frase – “Você sabe cantar o Hino nacional?” Mostra que para muitos, o prêmio ficaria muito distante. Mais do que um experimento social recorrente na semana da pátria, essas enquetes confirmam que uma grande parte da população não sabe o Hino Nacional.

Algumas interpretações ficaram na história, umas por sua beleza estética e outras por erros memoráveis. O Cantor italiano Davide Carbone foi ovacionado interpretando o Hino Nacional Brasileiro, na abertura do concerto com o Andrea Bocelli, em São Paulo dia 13 de dezembro de 2012, com a Orquestra Philarmônica São Paulo. Em um outro episódio, a cantora Vanusa chocou os presentes na Assembleia Legislativa de São Paulo com sua interpretação. Um momento que marcou o país e o mundo, foi na Copa das Confederações da FIFA, no ano de 2013, a execução dos hinos de cada país tem por padrão uma edição mais curta, mas a surpresa ficou por conta da torcida brasileira, quando a execução editada acabou, os torcedores continuaram cantando até o fim.

Mais recente, em 2019, a cantora Iza emocionou os presentes na final do Torneio de Tênis no Rio Open, cantando o Hino Nacional a cappella. Outros vídeos disponíveis em redes sociais mostram deputados, senadores e personalidades públicas que não sabem o hino. O Art. 40. Da lei 5700 diz que “Ninguém poderá ser admitido no serviço público sem que demonstre conhecimento do Hino Nacional”. Será que é assim? Já ouvi de uma cantora do Amazonas, que ela tinha sua própria versão do hino, isso é possível? Vamos falar sobre as leis logo adiante.

Entenda o Hino Nacional:

A música do Hino Nacional é de Francisco Manoel da Silva, e a letra de Joaquim Osório Duque Estrada. Francisco Manoel da Silva foi aluno de José Maurício Nunes Garcia e fundador da instituição que veio se tornar, a Escola de Música da UFRJ. Joaquim Osorio Duque Estrada foi poeta e colaborador de diversos jornais, seu poema dividido em Parte I e II, e em versos decassílabos, foi oficializado como letra do Hino Nacional Brasileiro, em 6 de setembro de 1922, por meio do presidente Epitácio Pessoa, Tornou-se oficial no dia 1 de setembro de 1971, através da lei nº 5700.

Existem uma série de regras que devem ser seguidas no momento da execução do hino. Deve ser executado em continência à Bandeira Nacional, ao presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional. É facultada a execução em determinadas situações, entre elas: cerimônias religiosas de cunho patriótico, sessões cívicas e eventos esportivos internacionais. Também há a proibição de arranjos vocais ou instrumentais. Via de regra, existem duas formas de execução: para canto e continência. Para canto deve ser mantida e adotada a adaptação vocal, em fá maior e em uníssono, do maestro Alberto Nepomuceno, onde a introdução é tocada duas vezes e sempre cantadas as duas partes do poema. Quando para continência ou execução instrumental, deve ser em Si bemol maior e a introdução é realizada apenas uma vez. Criou-se o costume de aplaudir, após a execução do Hino, saudação que é vedada por lei.

Aprendendo o Hino:

Temos questões de texto e música. Vamos por partes, primeiro resolveremos como não errar o texto e depois como não errar a música. Podemos aproveitar que o hino é dividido em duas partes para deixar claro em nossa mente a forma correta. Em teu seio (1º estrofe) no teu seio (2º estrofe). Um trecho que deixa muitos sem saber o que cantar se encontra na quarta estrofe: Brasil, um sonho intenso (1º estrofe) e Brasil de amor eterno (2º estrofe), só lembrar que primeiros se sonha, depois se ama. No sexto verso é comum incluir o plural, onde deveria ser o singular “Braço”. Já no verso 16º, canta-se Se o teu futuro em lugar do correto “E o teu futuro”. O e tônico de “espelha” profere-se fechado, e não aberto. No quarto verso da segunda parte, o adjetivo “iluminado”, por vezes é trocado pelo gerúndio “iluminando”.

Musicalmente, temos alguns erros frequentes. Geralmente no Início: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, é cantando com figuras de igual duração e não figuras pontuadas como escrito (esse é o momento que você procura um amigo músico). A linha melódica com erro no início do terceiro e quarto verso: E o sol da liberdade…/ Brilhou no céu da Pátria (ré, sol, fá#, sol, lá, si, lá) onde o correto é (dó, sol, fá#, sol, lá, si, lá). No sexto verso, conseguimos conquistar com braço forte, o trecho é geralmente cantando com figuras pontuadas, neste caso o correto são figuras de igual duração.

O famoso trecho Ó Pátria amada, idolatrada, salve! Salve! Tem sua linha melódica cantada com intervalos invertidos (dó, mi, sol, sib, sol, mi, dó, sib, sol, mi, dó, sib, sib,), certo o correto o arpejo do acorde de C7 (dó, mi, sol, sib, dó, mi, sol, sib, dó, mi, sol sib, sib) Importante lembrar que as próximas quatro frases subsequentes iniciam com um “dó central” com anacruse, de difícil execução. E falando em dificuldade, na segunda frase do coro “Entre outras mil és tu, Brasil, há um dó#. E por fim, a frase final é geralmente mudada em seu ritmo, que deve ser pontuado.

Fácil não? Agora que aprendeu, continue treinando, vai que um entrevistador aparece pela rua e te oferece um prêmio?

*Maestro e professor universitário.

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