Brasília é conhecida pela circulação de políticos de todo o País, que durante o dia movimentam gabinetes e discutem o futuro do Brasil. Mas é à noite que Brasília “ferve”, principalmente quando acontecem grandes eventos políticos.
Foi o que aconteceu no último dia 13 de março, quando houve a Frente Nacional de Prefeitos. Centenas de políticos deixaram suas cidades e foram à Brasília.
Embora as reuniões durante o dia tenham sido tranquilas, à noite o clima esquentou nas boates, entre elas uma casa noturna localizada no setor hoteleiro norte.
Ingresso a R$ 220 por pessoa
Para entrar na boate de stripper (uma das mais caras e conceituadas de Brasília), cada pessoa paga o ingresso de R$ 220.
No dia do Encontro de Prefeitos, a boate recebeu cerca de 50 homens, que lotaram o espaço.
A noite, regada por bebidas caras, contou com o contraste nítido entre homens de terno e mulheres nuas; e o contraste mais tênue entre a política e a libertinagem.
Na porta do estabelecimento, o segurança argumentava com quem estava em dúvida sobre se deveria entrar e conhecer o lugar.
O segurança dizia que o ambiente estava “lotado de mulher”. O funcionário até garantiu o dinheiro de volta caso elas não agradassem aos prefeitos.
Nas conversas sobre a lotação do espaço, ele afirmava que o movimento estava alto e chegou a citar o nome exato do encontro político. “É a Frente Nacional dos Prefeitos, né?”.
Outro segurança mencionou o dia em que deputados federais e senadores da atual legislatura tomaram posse no Congresso Nacional, em 1º de fevereiro: “Vieram ‘tudo’ para cá depois. Tinham até uns ‘índios’”.
A discrição da casa, o alto poder aquisitivo dos clientes e os programas com garotas de luxo fazem com que o local seja conhecido no meio político.
Uma noite com Joyce, por exemplo, custa R$ 1 mil, mas é preciso pagar o valor do quarto, de R$ 250, e ao menos três drinks antes do programa. Uma só bebida “Paixão”, com gin, por exemplo, custa R$ 95.
Noite do Boteco
Nas terças-feiras, a boate de stripper conta com a “noite do boteco”, o que custa a cada cliente mais R$ 50 de couvert artístico para a dupla sertaneja.
O interior da casa, porém, era o oposto de um bar barato onde amigos tomam uma cerveja, até porque uma só long neck custava R$ 35.
Em uma mesa, três homens de roupa social pediram garrafas de champanhe e de gin e logo foram acompanhados por três garotas.
Bem à vontade, o grupo passava a mão nas mulheres, beijava na boca, dava abraços por trás e era advertido por elas quando tentava avançar um pouco mais: “Assim, só no quarto”.
Caso o homem queira ainda mais discrição, pode subir em um elevador privativo e encontrar a garota já no apartamento reservado para o programa.
Veja o vídeo.
Elevador direto para os quartos
Dançando no pole dance e com os clientes nas mesas, uma bela garota tirou a roupa e se exibiu no colo de um homem acompanhado por amigos de terno.
Na lapela de um deles, era possível ver um broche, indicando provavelmente um partido ou associação política.
As garotas que não se apresentaram ficaram acompanhando o show.
Uma delas comentou que não via a casa lotada daquela forma havia algumas semanas.
Aberta desde as 22h, a boate teve pico por volta da meia-noite, quando três mulheres já haviam se exibido. “Hoje tem mais cliente do que mulher”, observou Ana*.
Quando mais um homem chegava para a festa, os amigos gritavam em comemoração. O espaço reuniu casados, solteiros, mais velhos, mais novos, discretos e mais soltos.