A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio da Unidade de Desenvolvimento Docente e Apoio ao Ensino (UDDAE), realizou a primeira teleconsulta na Aldeia Nossa Senhora Aparecida, às margens do rio Mamuru, na região do Baixo Amazonas.
O atendimento aconteceu dia 27 de março, por meio do Núcleo da Telessaúde UEA, e levou assistência especializada a uma recém-nascida da etnia Sateré-Mawé, de apenas dois meses de idade.
A teleconsulta foi conduzida pela professora Adriana Taveira, especialista em pediatria e gastroenterologia pediátrica, e pela doutora Rebeca Martins (R1 de Pediatria).
O atendimento ao caso da paciente permitiu não apenas um diagnóstico preciso para a criança, que apresentava lesões de pele, mas também uma avaliação mais ampla da saúde de sua família.
Impacto da telemedicina
A iniciativa reforça o impacto da telemedicina na ampliação do acesso à saúde, permitindo diagnósticos mais abrangentes e um cuidado integral para comunidades indígenas em áreas remotas.
A realização do atendimento é possível por meio de parceria com a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde (MS), e Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o uso da Plataforma STT (Consultório Virtual) e toda a equipe de suporte.
Em comunidades indígenas, onde o acesso a médicos especialistas muitas vezes é limitado pela distância e pela infraestrutura, as teleconsultas representam um avanço fundamental na oferta de cuidados de saúde. É o que ressalta o reitor da UEA, Prof. Dr. André Zogahib.
“Com o suporte da tecnologia, é possível garantir diagnósticos mais rápidos, acompanhamento contínuo e tratamentos adequados sem que os pacientes precisem se deslocar para centros urbanos. É a UEA cumprindo seu papel de desenvolver o interior do nosso estado”, disse.
Atendimento remoto
Segundo a coordenadora da UDDAE, Prof.ª Dra. Adriana Taveira, o atendimento remoto se deu de acordo com a necessidade, por meio de uma solicitação do próprio território, dos próprios moradores da aldeia.
“Essa teleconsulta teve um papel essencial não apenas no cuidado com a criança, mas também no apoio à sua família e à comunidade. A orientação aos pais sobre a reposição profilática de vitaminas, a importância da atualização da caderneta de vacinação e as boas práticas do aleitamento materno fortalece a saúde da criança a longo prazo”, afirmou.
Comunidade atendida
A iniciativa é especialmente importante porque, na região do Rio Mamuru, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Parintins atende três aldeias que pertencem a dois municípios do Pará. A Aldeia Nossa Senhora Aparecida está localizada em Juruti Novo, enquanto as aldeias Ipiranga e Campo Branco pertencem ao município de Aveiro.
“Um dos grandes desafios no atendimento à saúde indígena na região é a baixa oferta de médicos. Nesse contexto, a Telessaúde UEA, em parceria com o núcleo do DSEI Parintins, representa uma ferramenta essencial para corrigir essa assimetria ampliar o acesso à assistência médica, especialmente em comunidades indígenas isoladas”, comentou o técnico em Enfermagem responsável por acompanhar presencialmente a teleconsulta, Jonas Vieira Pontes.
O coordenador da Telessaúde Indígena do DSEI Parintins, Roni Tavares, reafirma o impacto positivo do serviço. “A teleconsulta reduz custos, mantém o paciente em sua zona de conforto, oferece suporte ao profissional de saúde para um diagnóstico mais preciso e ainda contribui para a redução das filas de espera”, finalizou.
A família seguirá com acompanhamento via Teleconsulta. Um novo atendimento já foi agendado e encaminhamentos de exames foram enviados de forma eletrônica.