Uma reportagem publicada no fim de semana pelo site Metrópoles, que ouviu cientistas que atuam na área de mudanças climáticas, aponta que os efeitos da estiagem extrema que atinge o Amazonas devem persistir por anos.
Segundo os cientistas, a seca que atinge o Amazonas é resultado direto do fenômeno climático El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacifico, e das mudanças climáticas.
Dessa forma, tempestades de poeira como vista no fim de semana, em Manaus, serão cada vez mais frequentes. A mortandade de peixes, botos e outros animais da fauna aquática serão cada vez mais comuns.
A falta de chuvas causará também a poluição do ar respirado pelos povos da região, que há três meses sofrem com nuvens de fumaça e a péssima qualidade do ar.
Mudanças nos padrões de chuva
A Amazônia é conhecida pelo papel no ciclo da água global, mas sofre com as mudanças nos padrões de chuva na região norte.
Sem chuva e com as temperaturas nas alturas, os rios que banham o Amazonas têm registrado níveis cada vez mais preocupantes. E, com isso, a população amazonense não consegue se locomover pelo Estado, prejudicando parte do sustento que vem das águas.
O líder da aldeia Três Unidos, em Manaus, Valdemir Kambeba, disse que a economia da comunidade é gerada, em especial, pela visita de turistas e venda de produtos de artesanato.
No entanto, com a seca, as pessoas não conseguem mais alcançar o território indígena.
“A seca não trouxe boa coisa. Então, fica difícil o acesso para a gente, perdemos os nossos visitantes. O turismo que trazia a geração de renda, e os barcos de linha que conduziam para fazer alguma compra em Manaus não está mais chegando”, lamenta Kambeba.
Impactos na alimentação
O líder indígena acrescenta que a população tem sentido os impactos da seca também na alimentação, uma vez que a atividade pesqueira está cada vez mais difícil em decorrência do baixo nível das águas.
“Os peixes foram para o lugar mais fundo do rio e, para chegar até lá, a gente gasta três, quatro horas de viagem para pegar os peixes.”
Segundo Kambeba, os peixes que permaneceram nas águas mais baixas trouxeram consigo doenças para comunidades indígenas, como diarreia e cólicas intestinais.
“Essa vermezinha vive na água contaminada e vai para a carne do peixe. Esse verme vai se envolver no intestino da gente, onde vai causar dor de barriga, aquela dor de cólica intestinal, febre muito alta, dor no corpo”, conta o líder indígena.
Leia a reportagem completa no link abaixo.