A busca de soluções para a queda no consumo de peixe em todo Amazonas por causa da doença da urina preta foi um dos temas discutidos hoje (28), em Manaus, na reunião de pescadores convocada pela Confederação Nacional dos Pescadores (CNPA).
Outro assunto foi o pagamento do seguro defeso para os trabalhadores da pesca, que estão há cinco anos sem receber o benefício pago pelo governo Federal. O prejuízo afeta mais de 60 mil pescadores do Amazonas, que entraram na Justiça para ter de volta o seguro defeso.
A reunião, que contou com a presença de representantes de colônias de pescadores de vários municípios, foi organizada pelo presidente da CNPA e da Federação dos Pescadores do Amazonas (Fepesca), Walzenir Falcão.
Para resolver o problema da queda no consumo de peixes, a CNPA e Fepesca buscam uma parceria com a Universidade Federal do Amazonas para garantir à população que o pescado continua sendo um alimento seguro.
“Estamos conversando com as autoridades sanitárias, a Vigilância em Saúde, UFAM e demais órgãos para encontrarmos uma solução, embora já tenha sido descartada a possibilidade de várias espécies de peixe transmitirem a doença da urina preta”, afirmou Walzenir.
O presidente da CNPA ressalta que os trabalhadores estão tendo prejuízos financeiros, pois além do não recebimento do seguro defeso, a venda peixes caiu mais de 90% nas feiras e mercados. “ O consumo de peixes caiu muito, mesmo daquelas espécies que não foram atingidas pela doença”, acrescentou.
Walzenir explicou também que muitos trabalhadores tiveram as contas hackeadas por quadrilhas que sacaram o dinheiro nas contas da Caixa Econômica Federal. O problema foi levado pela CNPA à presidente da Caixa. Objetivo é evitar que os pescadores não fiquem no prejuízo e tenham o dinheiro devolvido.
Boas notícias para os pescadores
Walzenir falou também sobre o pagamento do seguro defeso suspenso no governo da ex-presidente Dilma Houseff. Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a reivindicação dos pescadores, que buscam o pagamento do benefício bloqueado.
A partir de agora, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que cuida do pagamento do seguro defesa, está negociando com a CNPA a melhor forma para que o governo Federal comece a pagar o seguro defeso atrasado, que terá o valor corrigido para evitar o prejuízo dos pescadores.